A comissão de trabalhadores da Groundforce acredita que o processo de despedimentos dos funcionários da base de Faro é reversível, mas compara o processo a um jogo de póquer, onde tudo depende dos trunfos apresentados pelas partes envolvidas.
“Viemos a Faro desmistificar a cabala política que está a ser encetada pelo Governo com vista à criação de uma geração dos 500 euros", declarou João Varzeelas, da comissão de trabalhadores da Groundforce, à saída do plenário que decorreu hoje, ao longo de três horas, no aeroporto de Faro.
A Groundforce, empresa detida pela TAP que tem como função assistir companhias áreas em terra, anunciou quarta-feira o encerramento da operação em Faro, no Algarve, e o despedimento coletivo de 336 trabalhadores, como resultado das perdas da empresa, estimadas em 20 milhões de euros só este ano.
Questionado pelos jornalistas sobre se ainda é possível salvar os postos de trabalho da Groundforce em Faro, João Varzeelas acredita que o processo "ainda é reversível", mas comparou-o a um jogo de póquer, onde tudo depende dos trunfos apresentados.
"Isto é um bocado como jogar póquer e depende dos trunfos que se apresente. Nós, juntamente com os sindicatos que entenderem estar junto connosco, vamos apresentar os trunfos, o ministério apresentará os seus e depois vamos jogar um bocado de póquer", declarou.
Uma das formas de luta contra o despedimento coletivo é uma manifestação em Lisboa na próxima quinta-feira, adiantou a Comissão de Trabalhadores da Groundforce.
Os trabalhadores devem seguir de Faro, em autocarros, para estarem em Lisboa às 10h00 junto das instalações da companhia aérea TAP Air Portugal, adiantou à Lusa Florbela Raimundo, uma das 336 funcionárias despedidas por e-mail na quarta-feira.
Segundo a Comissão de Trabalhadores, o Estado vai ter de pagar aos trabalhadores 11 milhões de euros pelo despedimento coletivo, um valor que dava para ter os "funcionários a trabalhar durante dois anos sem aumentos salariais".
Quase todas as companhias aéreas, incluindo a TAP, já rescindiram contrato com a Groundforce, exceto a Monarch-Airlines e a British Airlines, e se a administração da empresa "conseguir fazer cair as escalas em Faro, as outras vão por arrasto", admitiu a comissão de trabalhadores da Groundforce.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos, André Teives, vai pedir uma audiência ao primeiro ministro, José Sócrates, e já repudiou "a atitude do Governo e dos ministérios da tutela que deixaram 336 funcionários fossem despedidos por e-mail.
(Noticia: Observatório do Algarve)
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