O ministro da Agricultura e Pescas estimou ontem que a produção portuguesa de pescado em aquacultura triplique até 2015, de sete para 21 mil toneladas, mas admitiu que a crise económica pode dificultar o “crescimento rápido” do setor.
António Serrano falava aos jornalistas numa visita à zona piloto para a produção de espécies em "off shore" (mar aberto), entre a Armona e a Fuseta, frente a Olhão, onde ontem foram introduzidas corvinas pela primeira vez em Portugal.
Segundo aquele governante, a aquacultura é uma oportunidade de negócio “com muito interesse para Portugal”, embora o contexto económico atual possa “dificultar o crescimento rápido do setor”.
Na concessão, que se estende por 20 quilómetros quadrados, existem 60 lotes para a produção de peixe e bivalves (mexilhões e ostras) em aquacultura, estando já metade atribuídos a investidores privados.
O ministro adiantou que está ainda disponível um “volume financeiro muito substancial” para quem queira operar no setor, uma vez que o Governo incentiva os investimentos através do programa Promar.
Segundo Pedro Pousão, do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB), no que respeita à produção de peixe, cada lote tem espaço para instalar entre oito a doze jaulas, o que significa que dez jaulas podem originar 1800 toneladas de peixe por ano.
A dourada e o robalo são as espécies mais escolhidas para a criação em aquacultura, mas agora está também a ser testada, pela primeira vez em Portugal, a criação de corvinas, uma espécie também muito procurada no mercado.
As 750 corvinas hoje transferidas para uma das jaulas oceânicas do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR) nasceram nas estações que o instituto tem em terra e deverão ser retiradas dentro de um ano.
A jaula está situada a cerca de duas milhas da costa e tem uma parte que está à superfície, por onde se alimentam os peixes, tendo a particularidade de afundar completamente sempre que há mau tempo.
Nos próximos dias deverão ser introduzidos gradualmente mais exemplares de corvina naquela jaula, diz Pedro Pousão, que aponta para cerca de 50 mil o número de peixes que em breve ali habitarão.
Este responsável acredita que mais de metade da produção nacional de aquacultura se centre nesta zona algarvia, onde o número de dias com condições favoráveis a que os técnicos ali se desloquem é muito superior à restante costa.
(Noticia: Região Sul)
Sem comentários:
Enviar um comentário