terça-feira, 16 de novembro de 2010

Scut não têm a solução para empresas de 'rent-a-car'

Os números ainda são apenas gerais mas no primeiro mês a cobrança de portagens nas antigas três Scut do Norte do País já afectou fortemente um dos sectores económicos, o turismo, com centenas de queixas e de cancelamentos junto dos operadores habituais. É o caso das empresas de rent-a-car que definem a situação como "um caos", por o sistema de cobrança virtual só estar pensado para o utilizador que é proprietário do veículo, e não para o utilizador de viaturas de aluguer.

As mesmas empresas acreditam que quando o sistema chegar à Via do Infante, no Algarve, o cenário tornar-se-á incomportável. "Só no aeroporto de Faro, nos meses de Verão, há um movimento de entrega e recepção diária de duas mil viaturas. Se agora, só no Norte e na época baixa, temos este cenário, nem queremos imaginar como será depois de Abril", avançou ao DN o responsável pela associação do sector.

Joaquim Robalo de Almeida, presidente da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC) garantiu que neste primeiro mês de aplicação de portagens há registo de "centenas de queixas" nas empresas e junto das casas-mãe, estrangeiras, que, por sua vez, já provocaram o cancelamento de serviços. Tudo devido a um sistema que, além de difícil e complexo de aplicar, é "quase impossível" de explicar aos turistas estrangeiros.

A título de exemplo, o responsável da ARAC argumenta com o facto de que, mesmo sem perceberem o sistema, os turistas são obrigados a ir a postos dos CTT e adquirir o dispositivo de cobrança virtual, levando uma declaração do rent-a-car autorizando essa compra, por não serem proprietários da viatura. "Aqui começa o primeiro problema, porque as empresas que estão a fazer esse serviço não estão preparadas para explicar a burocracia aos nossos clientes. Nem os turistas estão para aturar tantas confusões", acrescenta.

O outro problema é o facto de, depois de gastar 25 euros na compra do equipamento e fazer o carregamento, o turista não conseguir saber o consumo realizado, tendo em conta que as passagens podem levar até 72 horas a entrar na base de dados, que só pode ser consultada, igualmente nos CTT. No sistema de pós-pagamento, nos mesmos balcões, repetem-se os problemas com o tempo de espera. "Algum turista vai adiar o voo porque tem de esperar dois ou três dias para ter o valor final a pagar? Obviamente que não, e depois é a imagem de um país que fica irremediavelmente em causa", diz.
(Noticia: Diário de Noticias)

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