«O ano de 2010 foi o pior desde o início do século no que respeita à evolução da carteira de encomendas das empresas de construção, refere a FEPICOP, na sua análise de conjuntura sobre o setor.
De acordo com a Federação da Construção, “nunca antes se tinha apurado uma variação anual tão negativa quanto a registada no final de 2010 (-21,7% face a 2009)"
Esta foi igualmente a principal razão porque o indicador de confiança dos empresários "também se apresentou muito negativo” ao longo do ano, revelando o elevado pessimismo existente, sobretudo no final de 2010.
A isto não foram alheias as fortes quebras registadas na produção de todos os segmentos da Construção, desde o da habitação e não residencial até ao das obras públicas, que foi mesmo aquele onde a redução homóloga foi mais acentuada.
Se no mercado habitacional permaneceu a crise estrutural que o caracteriza desde há já muitos anos, mas com os decréscimos da produção a serem menos acentuados do que os verificados em 2009 (-14,8% no último trimestre de 2010 e -22% em média em 2009), no segmento não residencial assistiu-se, pelo contrário, a uma deterioração da produção ao longo do ano (-17% no quarto trimestre de 2010 e +14,5% em média em 2009).
Na engenharia civil e apesar de não se prever, no início de 2010, um comportamento deste segmento semelhante ao de 2009, em que se registaram acréscimos significativos da produção, nada indiciava uma quebra tão acentuada como a que se veio a observar (-24% no trimestre terminado em Dezembro e em termos homólogos).
Segundo a FEPICOP, este nítido recuo da atividade “ficou a dever-se essencialmente à implementação de uma série de medidas de austeridade, cujos principais efeitos se repercutiram na contracção de investimentos públicos”, como comprova o valor global das adjudicações (-38,9% em termos homólogos em 2010).
E sem obras, conclui a FEPICOP, o desemprego no setor continuou a aumentar, representando, no final do ano passado, 14% do total nacional.»
(Noticia: barlavento)
A construção civil é um dos mais importantes sectores económicos do Algarve. A crise porque passa esta actividade explica grande parte da elevada Taxa de Desemprego no Distrito.
A verdade é que as gruas que marcavam as vistas em qualquer cidade parece que desapareceram. As obras são cada vez menos e andam cada vez mais devagar. Os bancos limitaram o acesso ao credito para aquisição de habitação. As câmaras, sem dinheiro, não lançam obras novas. Os tempos não correm de feição para a construção civil.
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