A apresentação de um manifesto na terça feira e a realização de um fórum em fevereiro são os próximos passos da plataforma de luta contra as portagens na Via do Infante (A22).
A plataforma, que junta a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais, a Comissão de Utentes da A22 e duas estruturas sindicais, decidiu esta segunda feira, por unanimidade, avançar com aquelas duas medidas e, entretanto, aguardar que o ministro das Obras Pública a receba, tendo já pedido uma reunião.
Na reunião de ontem à noite, "acordámos em duas coisas: divulgar um manifesto com a nossa argumentação principal e fazer, no dia 19 de fevereiro, às 15:00 horas, um fórum-debate, que terá lugar em Loulé, na NERA [Associação Empresarial da Região do Algarve], com intervenção de alguns especialistas da área da economia, economia regional e mobilidade, que irão fazer um conjunto de intervenções técnicas sobre esta matéria", revelou o presidente da AMAL, Macário Correia, após a reunião realizada na sede do organismo em Faro.
Numa breve síntese das decisões tomadas na reunião, Macário Correia acrescentou que a plataforma irá "convidar para participar nessa reunião todas as forças, empresariais, políticas e sociais da região".
"Entretanto, aguardamos que o ministro das Obras Públicas nos receba, tendo em conta o pedido de reunião que fizemos há uma semana", lembrou.
Há uma semana, após a criação da plataforma de entendimento entre as nove entidades, Macário Correia explicou que "as nove instituições subscreveram a mesma estratégia para se começar a tratar da luta contra as portagens de uma forma convergente e consensual”, acrescentando que isso é uma coisa "nunca conseguida, salvo em 2004”.
Macário Correia asseverou, na altura, que o “grupo vai manter-se unido e ativo, com reuniões regulares" e adiantou que o documento técnico visa explicar à opinião pública “o facto de haver um conjunto de singularidades no Algarve” e garantir que a região não quebrará a “solidariedade” com as “dificuldades económicas do país” ou “com qualquer outra região”.
“Há razões intrínsecas que o Algarve tem, em relação ao turismo, em relação ao facto de não ter uma via alternativa, em relação ao aumento de sinistralidade na EN125 que pode ser gerado pelo facto de a A22 ser portajada, que têm de ser tecnicamente explicadas”, argumentou também Macário Correia.
Manifesto invoca “razões técnicas” e “consequências económicas” contra portagens na Via do Infante
Os algarvios não querem “um tratamento de privilégio” e são contra as portagens por “razões técnicas” e “consequências económicas”, salienta o manifesto pela não introdução de portagens na Via do Infante, lançado pela plataforma que junta várias entidades.
Este manifesto, lançado esta terça-feira, foi o primeiro passo da plataforma que junta a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais, a comissão de utentes da A22 e duas estruturas sindicais, contra a decisão do governo de portajar, a partir de Abril, a Via do Infante.
“Os algarvios discordam desta decisão, não porque exijam um tratamento de privilégio, mas por razões técnicas ligadas à mobilidade na região e, sobretudo, pelas consequências económicas, nomeadamente no turismo”, frisa o movimento composto por nove entidades.
A plataforma recorda que a EN125, ainda sem a requalificação concluída, “não constitui alternativa”, pois trata-se de um dos “eixos rodoviários mais perigosos da Europa”, onde morrem 30 pessoas por ano, citando “dados actuais” do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
“Qualquer medida que introduza mais tráfego no canal da EN125 será gravoso para o quadro actual da sinistralidade rodoviária regional e contribuirá para o aumento, sobretudo no verão, do congestionamento desta estrada, com todas as implicações que aí advém em termos de poluição e de muitas horas de perdas de tempo, tanto para locais como para os turistas”, salienta-se.
A introdução de portagens na A22, “sem uma alternativa séria para atravessar o Algarve”, frisa a plataforma, “acentuará a sinistralidade e o congestionamento rodoviário, com implicações negativas directas na actividade turística e na economia da região, contribuindo para o agravamento da actual crise”.
“Neste contexto, considera-se não existirem condições para a introdução de portagens na Via do Infante”, concluem as nove entidades subscritoras do manifesto.
Este é o primeiro passo de dois já anunciados ontem pela plataforma, que no dia 19 de fevereiro, às 15:00 horas, organizará um fórum-debate, que terá lugar em Loulé, com intervenção de alguns especialistas da área da economia, economia regional e mobilidade.»
(Noticia: Região Sul)
O PS Algarve deixou-se, mais uma vez, encurralar neste questão das portagens.
Toda a oposição ao Governo, incluíndo o PSD que exigiu que as portagens fossem instaladas em todas as SCUT, Via do Infante incluida, estão no terreno contra o pagamento de portagens no Algarve.
Este movimento que reune o Bloco de Esquerda, o PSD, o PCP, os sindicatos, associações empresariais e a AMAL apresentam argumentos económicos, sociológicos, históricos, geográficos com que todos, obviamente, concordamos, contudo afirmarem que não se está a requerer para o Algarve uma situação de previlégio face ao resto do país sem apresentar uma alternativa ao modelo aprovado não é sério.
Sem comentários:
Enviar um comentário