"Trata-se de uma significativa e importante convergência, esperando esta Comissão que daqui resulte uma verdadeira plataforma de luta contra as portagens na Via do Infante", refere em comunicado a até agora única estrutura representativa dos utentes da A22.
A comissão sublinhou que este "sempre foi um (seus) dos principais objetivos", já que "só com unidade, determinação e ações concretas de luta" é possível "impedir a injusta e ilegal instalação de portagens na A22". Por isso, em breve, a plataforma irá divulgar "um manifesto contra as portagens na Via do Infante e aberto à subscrição pública".
"Também irá ser solicitada uma nova reunião ao Ministro das Obras Públicas. No próximo dia 24 de janeiro ocorrerá nova reunião da plataforma na sede da AMAL, para preparar um grande fórum sobre as portagens", a ter lugar na primeira quinzena de fevereiro, refere a comissão.
A estrutura adiantou que, na reunião de dia 24, vai apresentar uma proposta de luta contra as portagens que consiste numa marcha lenta de viaturas junto à ponte internacional do Guadiana, como já tinha planeado, mas admite aderir a outros protestos.
"Só fortes demonstrações de luta no terreno obrigarão o governo e o PSD a recuar, pois são os dois responsáveis pela introdução de portagens nas (autoestradas Sem Custos para o Utilizador) SCUT", refere o comunicado, anunciando que irá também pedir uma reunião urgente à Comissão de Obras Públicas da Assembleia da República para debater a petição com 14 mil assinaturas, entregue na semana passada contra as portagens.
A Comissão de Utentes da A22 reprovou ainda “a posição que o PS e o PSD tomaram na Assembleia da República, ao votarem contra o Projeto de Resolução apresentado pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, que recomendava ao governo a suspensão da introdução da cobrança de taxas de portagem na Via do Infante".
(Noticia: Região Sul)
O Bloco de Esquerda conseguiu o apoio da AMAL e consequentemente do PSD Algarve para transformar a comissão de utentes contra as portagens na Via do Infante numa plataforma de protesto.
Na mesma altura em que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho confessa que não há alternativa ao modelo utilizador/pagador (já sabíamos que para ele o Algarve não poderia ser uma excepção), que os deputados social-democratas, incluindo os eleitos pelo circulo eleitoral de Faro, votam contra a proposta de suspensão da cobrança de portagens apresentada pelo Bloco de Esquerda, pedindo depois muitas desculpas por não terem capacidade de manter no Parlamento as convicções que no Algarve dizem ter, eis que os dirigentes regionais do PSD dão mais um passo nesta estratégia bipolar.
O PSD Algarve e os seus dirigentes têm dois discursos e dois comportamentos antagónicos consoante a ocasião e o local.
Em Lisboa estão de acordo com a linha oficial e defendem que todos devem pagar portagens, já no Algarve e para fins eleitorais são contra. No Algarve promovem e patrocinam protestos contra o pagamento de portagens, em Lisboa votam a favor da cobrança.
Deve ser esta a política laranja da verdade.
Do Bloco de Esquerda não se esperaria outra posição que não fosse esta. O BE vive da contestação, da reivindicação, do protesto de rua e nunca assumirá as responsabilidades da governação real. Agora o PSD aderir ao conflito social protestando contra medidas que o próprio defende no Parlamento é que já não se entende ou admite.
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