sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Apoio domiciliário é a melhor forma de acabar com macas nos corredores do Hospital

«O apoio domiciliário é a melhor forma de acabar com o "caos" de corredores cheios de macas no Hospital de Faro, defendeu o presidente da Câmara de Alcoutim, Francisco Amaral, médico de profissão.

Francisco Amaral considerou à Lusa que "nos próximos anos não vai haver novo Hospital Central do Algarve", prometido há vários anos e cujo concurso foi lançado ao abrigo das Parcerias Publico Privadas, que o Governo PS e o PSD acordaram rever para aprovação do último Orçamento do Estado, e "a solução para o famigerado Hospital de Faro passa por um apoio domiciliário".

Questionado pela Lusa, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Rui Lourenço, disse que a região tem a melhor percentagem do país nos cuidados continuados domiciliários e negou que o Hospital Central do Algarve não vá avançar, precisando que "o processo negocial para escolha de um concorrente termina dia 14 e a 01 de março será apresentada uma proposta final".

Por seu lado, o autarca de Alcoutim insiste que a solução para "a fotografia que acontece no Hospital de Faro e em muitos outros, com os corredores das enfermarias e urgências cheias de macas e camas, passa por um bom apoio domiciliário, bem articulado, entre a Saúde, a Segurança Social, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e as autarquias".

Amaral lembrou que a autarquia foi "pioneira nas unidades móveis de saúde" que percorrem o concelho a prestar cuidados à população, maioritariamente envelhecida devido à desertificação, e revelou que está "a intensificar o apoio domiciliário".

"No caso particular de Alcoutim já estamos a tomar medidas nesse sentido, já está a haver um bom apoio domiciliário em termos de IPSS e de Saúde. Está a funcionar muito bem e estou convencido que, se nos outros concelhos funcionar assim, vamos tirar muitas camas dos hospitais", acrescentou.

O presidente da câmara algarvia afirmou ainda que, "se tiverem bons apoios, as famílias com idosos doentes conseguem tê-los em casa".

O presidente da ARS Algarve explicou que a oferta de cuidados continuados domiciliários integrados faz parte da Rede Nacional e se completa com camas de convalescença, média duração e longa duração, e há desde finais de 2009 "28 equipas, sendo a região do país com maior oferta".

Rui Lourenço enumerou que o apoio domiciliário representa "56 por cento do total" e as 28 equipas "atendem diariamente cerca de 1300/1500 pessoas", estando distribuídas por toda a região.

"O aumento do número equipas para além das 28 estará dependente da capacidade orçamental do país e da dotação desta ARS", acrescentou.

"A redução do número de doentes que inadequadamente estão internados nos Hospitais depende também das outras ofertas da Rede", concluiu, referindo-se às 317 camas de internamento existente no Algarve, oferta que terá "mais 60 camas em funcionamento durante fevereiro" e "mais 260 em várias fases de construção".»
(Noticia: Observatório do Algarve)

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