sábado, 29 de janeiro de 2011

Alisuper vai receber 330 mil euros do PME Investimentos

«O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) vai libertar 330 mil euros nas próximas duas semanas, possibilitando assim a reabertura das lojas Alisuper, crédito que se aguardava desde setembro.

O IAPMEI anunciou entretanto que vai libertar 330 mil euros, através da iniciativa de apoio PME Investimentos, crédito que não estaria previsto no plano de viabilidade inicial e que a empresa aguarda desde setembro do ano transato.

Quanto aos investidores privados, os novos acionistas, na sua maioria fornecedores que aceitaram prescindir de créditos, e o investidor João Carlos Carajote, são os que já entregaram os 500 mil euros, o que permitiu pagar salários e as rendas das lojas, tanto as que estão abertas como as outras, com a perspetiva de evitar ações de despejo e permitir a sua futura reabertura.

Estes créditos permitem evitar a falência imediata do grupo que declarou insolvência em 2009, criando entretanto a empresa Terra Exclusiva que assegurou a gestão da cadeia de lojas, visando a recuperação da cooperativa Alicoop.

O plano de viabilização da Alicoop implica um investimento total de 7,5 milhões de euros e foi aprovado em agosto, em assembleia de credores. Estavam na altura encerrados todos os 80 supermercados Alisuper e 400 pessoas tinham ficado sem trabalho. Entretanto reabriram 15 lojas que garantiram a reinício de 124 postos de trabalho, em novembro passado.

A intenção era reabrir depois mais lojas e garantir mais postos de trabalho, mas o processo “emperrou”, quando o IAPMEI exigiu garantias de ser realizável o investimento por parte da empresa, para libertar a verba oriunda do fundo PME Investimentos.

A injeção de capital far-se-ia ao abrigo do programa FACCE - Fundo autónomo de apoio à concentração e consolidação de empresas, um programa que define serem os apoios do Estado (40% da verba a investir) apenas concedidos após os promotores garantirem o seu investimento.

Fora os 500 mil euros já realizados, os restantes 4 milhões que a Alisuper /Terra Exclusiva teriam de angariar preconizavam várias medidas entre as quais a cedência de 10% do salário pelos trabalhadores e, nalguns casos, os subsídios de férias e de Natal vindouros e passados, que se transformariam capital, medida que o Ministério do Trabalho reputa de ilegal, ainda que a gerência da Alisuper afirme que possui um novo parecer jurídico que contraria este entendimento.

O plano previa também que os fornecedores vendessem os produtos com 5% de desconto sobre o preço de mercado, acordo do qual o IAPMEI exigia garantias escritas.

Bancos e fornecedores assumem credor Estado primeiro lugar

Com a ameaça de uma nova assembleia de credores que arrastaria uma decisão final por meses, comprometendo assim a recuperação de forma definitiva, foi decidido implementar uma espécie de plano B, em que a Alisuper apenas enviaria cartas aos principais credores que estes assinariam e onde assumem garantir que o Estado não sairá lesado caso injete capital na empresa.

O mesmo sistema seria usado para os fornecedores que formalizariam assim o compromisso dos fornecimentos com desconto.

Também os bancos credores teriam de se comprometer a aceitar que, caso a insolvência seja declarada definitiva e a Alisuper não consiga recuperar, o Estado tomaria a primazia, antes das entidades bancárias, para receber as dívidas que lhe digam respeito.

Aparentemente, a Alisuper conseguiu as assinaturas, o dinheiro do IAPMEI veio e o plano de viabilização da consultora Deloitte, poderá ser executado no terreno.

"Neste momento, os credores já aprovaram o crédito e os administradores de insolvência estão a pronunciar-se sobre o nosso financiamento. Nas próximas duas semanas o nosso apoio deve chegar", explicou ontem o presidente do IAPMEI, Luís Filipe Costa, em declarações ao Diário Económico.»
(Noticia: Observatório do Algarve)

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