sábado, 29 de janeiro de 2011

Contestação de pescadores é um dos 13 riscos previstos na Declaração Ambiental do Polis Ria Formosa

«A contestação da comunidade piscatória com primeira habitação nas ilhas da Ria Formosa, no Algarve, é um dos 13 riscos previstos na Avaliação Ambiental do Polis, que deverá estar pronto em 2013 e envolve 87 milhões de euros.

O "Polis Litoral Ria Formosa" é um programa de requalificação e valorização de 12 praias, 48 quilómetros de costa marítima e 57 quilómetros de frente ria, que envolve cinco autarquias algarvias.

Em maio de 2008, o primeiro-ministro José Sócrates afirmou que "as demolições de casas vão mesmo acontecer”, mas não concretizou quantas.

Na “Declaração Ambiental” do Plano Estratégico da Intervenção de Requalificação e Valorização da Ria Formosa (PEIRVFV), documento a que a Lusa teve acesso, lê-se que o “cenário de plena concretização do plano encerra alguns riscos”, nomeadamente a “forte contestação local”.

O risco de contestação da comunidade piscatória prevê-se, segundo o documento, “sobretudo quando estiver em causa o realojamento de famílias com primeira residência nas ilhas-barreira, com pessoas a cargo e/ou que necessitem dos rendimentos provenientes do aluguer estival de alojamentos localizados nas ilhas para equilíbrio do orçamento familiar”.

A destruição de manchas de pradarias marinhas existentes na zona exterior da Ria Formosa por causa da alimentação artificial de praias e do reforço do cordão dunar das ilhas barreira é outro dos riscos previstos.

As pradarias marinhas podem ainda ser destruídas depois das ações que “incidam diretamente sobre o fundo lagunar ou que causem a suspensão de sedimentos” ou fruto da “colocação de pontões de acesso e amarrações”, refere o documento.

A perturbação temporária de aves (avifauna) e peixes (ictiofauna) durante as intervenções de reestruturação, requalificação e renaturalização também são outros dos riscos nomeados na lista da Declaração Ambiental do Polis da Ria Formosa.

O documento nomeia também como risco a “rutura da base económica de alguns núcleos familiares das comunidades piscatórias tradicionais, e uma “crescente deteriorização das condições de circulação de embarcações na Ria Formosa.

A proximidade das intervenções face a ocorrências patrimoniais é outro dos riscos, tal como também é assinalada a possibilidade de “favorecimento de espécies vegetais exóticas no âmbito das ações de reestruturação e renaturalização que se vão realizar.

A Avaliação Ambiental Estratégica do PEIRVFV pela Sociedade Polis Litoral Ria Formosa foi recentemente concluído e todas as autarquias envolvidas aprovaram o documento, informou a Sociedade Polis.»
(Noticia: Região Sul)

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