«Dezenas de músicos do Algarve desfilaram hoje, em Faro, numa marcha de sensibilização da população para a falta de espaços de ensaio, depois de uma ordem de despejo de um associação decretada pelo tribunal a pedido de uma promotora imobiliária.
O protesto, organizado pela Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM), percorreu algumas ruas da cidade em direção ao Jardim Manuel Bívar, no centro de Faro, onde os músicos recordaram o papel que têm tido na vida cultural da capital algarvia nos últimos 20 anos.
Armindo Dias, sócio fundador da ARCM, explicou à Lusa que estão em causa várias componentes artísticas, como "música, dança, teatro, DJ" e "31 bandas em 18 salas de ensaio, fora os espetáculos".
"Foi um desfile de sensibilização para o que se está a passar e mostrar que não estamos a fim de sair dali sem ter um novo espaço", afirmou Armindo Dias.
O sócio fundador da ARCM de Faro disse que o sentimento da associação é de "fé no futuro", porque "a situação pode ser resolvida", apesar de ter a noção de que é necessário deixar o atual espaço.
“Nós sabemos perfeitamente que temos de sair daquele local, que não é nosso, foi vendido e tem um senhorio. Agora, não podemos é parar aquele projeto de maneira nenhuma, porque se pararmos nem que seja dois dias é o mesmo que acabar com a ARCM e o trabalho cultural que fez nos últimos 20 anos", acrescentou.
Questionado sobre a solução, Armindo Dias respondeu que "está a ser tratada com o presidente da câmara de Faro (Macário Correia), que tem um terreno em vista" para ceder à associação. No entanto, a concretização desta cedência "está dependente de pareceres da Administração da Região Hidrográfica (ARH) e do Parque Natural da Ria Formosa, entre outros".
"É um terreno, no caminho para o cais novo, logo a seguir ao caminho de ferro, entre as salinas e a passagem de nível. Estamos fartos de reconstruir, levámos a vida inteira a reconstruir espaços degradados e, por isso, a nossa exigência é ter um espaço definitivo para construir e não reconstruir", acrescentou.
Armindo Dias apela ainda à intervenção do ex-presidente da Câmara de Faro Luís Coelho, atual presidente da Assembleia Municipal e procurador da empresa que avançou com a ação de despejo, a Cleber, que tem um projeto imobiliário para o espaço onde está o edifício atualmente ocupado pela ARCM.
"O senhor Luís Coelho foi autarca, é presidente da AM e tem responsabilidade na situação. Sabia que estávamos ali quando fez este negócio e só tem de ajudar-nos a resolver o problema, associar-se a nós e fazer parte da resolução, não do problema", defendeu.
"Precisamos de um espaço e de um arranque inicial rápido para pôr o pessoal nas salas de ensaio, porque a sala de espetáculos pode vir depois. O essencial é garantir os ensaios", reiterou.»
(Noticia: Observatório do Algarve)
A preocupação e a luta dos músicos da ARCM na resolução definitiva do problema do seu espaço sede é tão justa que facilmente nos contagia e mobiliza.
Ainda que não conheça em profundidade o trabalho que a Associação Recreativa e Cultural de Músicos desenvolve o que dele conheço não deixa dúvidas de que esta associação farense deve ser apoiada e que merece o empenho e o comprometimento sincero da Câmara Municipal de Faro.
Como já, aqui e aqui, o dissemos num negócio imobiliário avaliado em 36 milhões de euros o menor dos problemas é arranjar uma sede para a ARCM, sendo que quanto mais conheço deste processo e mais noticias leio maior é a convicção com que fico de que desde o início que a Câmara de Faro tem uma solução para os músicos.
Os protestos e os alertas da ARCM são genuínos mas a Câmara de Faro está a tentar ampliar as dificuldades para mais tarde surgir, qual salvador, com uma solução que sabe desde o início qual é.
Há, neste caso, entre o Presidente da Câmara e o promotor imobiliário, que por coincidência é o presidente da Assembleia Municipal, um teatro de sombras, que era, claramente, dispensável.
O nosso Armindo é mesmo,mesmo,mesmo um grande revolucionário.Até usa a barba por fazer e a boina à Che Guevara.Enquanto proprietário da churrasqueira no Quintal do Batista,cedeu a sua posição a quem melhor lhe pagou.Agora a nega ao proprietário do edificio, onde os músicos ensaiam,a possibilidade de fazer o mesmo que ele próprio fez,ou seja,vender a quem melhor pagar.É público,que o Macário te prometeu resolver o problema das instalações,mas parece que continua "desaparecido em combate".Compromete-o!Contudo,tino Armindo,porque tens mérito indiscutível e mereces ser ajudado.Assim sendo,mediatiza este assunto,mas deixa-te de manifestações carnavalescas e de exigências "chaladas".C.C.
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