O comportamento da sociedade Polis para com os habitantes da Ilha da Culatra e do Farol é totalmente intolerável. Tanto quanto a passividade, cúmplice, da Câmara Municipal de Faro.
A luta da população da Ilha da Culatra pelo abastecimento de água é a luta de várias gerações de uma das poucas comunidades piscatórias que, ainda hoje, mantém uma raiz e identidade sociocultural, absolutamente, singulares.
No final da década de 80, os sucessivos boicotes eleitorais, autênticos gritos de revolta dos culatrenses contra o isolamento e alheamento a que pareciam estar condenados pelas diversas entidades do Estado, colocaram esta Ilha no mapa de Portugal.
A luz eléctrica, primeira grande conquista, chega à Culatra em 1992 com direito a inauguração pelo então Vice-primeiro-ministro, Fernando Nogueira. Dai até 2001 segue-se a construção do Centro Social Nossa Senhora dos Navegantes, na sequência de um projecto de luta contra a pobreza, pouco depois as obras na escola primária, a extensão da Junta de Freguesia da Sé, a Sede da Associação de Moradores e do Clube União Culatrense, o polidesportivo e os primeiros apoios de pesca.
De todas as reivindicações de 1987 ficavam a faltar três essenciais: a construção de um porto de abrigo, o abastecimento de água potável à ilha e a legalização das casas.
Entre o final de 2005 e Outubro de 2009 a Câmara Municipal de Faro, pela mão de José Apolinário, concretizou o Porto de Pesca e a construção de novos apoios de pesca, conseguiu, finalmente, que as Águas do Algarve levassem a cabo as obras de abastecimento de água e tratamento de esgotos e com a adesão ao Polis estavam criadas igualmente as condições para a legalização das casas e para a resolução do problema das habitações para as segundas gerações de culatrenses que não querem deixar a ilha, a construção do desejado campo de futebol, a ampliação do Centro Social, já pequeno para tantas crianças e a requalificação do Cais de Desembarque.
A inauguração das obras de água e esgotos que à data das eleições autárquicas já estavam praticamente concluídas veio, estranhamente, pôr um ponto final naquele que parecia ser um percurso de reencontro da Culatra com o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Até hoje denuncia a Associação de Moradores mais de uma centena de casas continuam sem água e os esgotos não funcionam. Foram investidos 8 milhões de euros e na Culatra continua-se a usar água inquinada colocando em perigo a saúde dos seus moradores.
Não existem desculpas.
A actuação da Sociedade Polis é condenável e deve ser condenada.
A Sociedade Polis não pode tratar das autorizações de ligação de água como se fosse a licença adminsitrativa de um canídeo. Não podem passar meses sem que as pessoas tenham uma resposta. Não pode, depois de um investimento de 8 milhões de euros, recusar água potável e obrigar aquelas pessoas a continuar a usar a água dos furos, muitos deles ao lado de fossas, abrindo as portas a uma tragédia de saúde pública.
Nem a Câmara que tem a competência legal, delegada na FAGAR, para a ligação dos contadores domésticos, pode ser cúmplice deste abuso de poder e total insensibilidade e desrespeito por aquelas famílias de Faro. É uma vergonha!
A Eng. Valentina e o Eng. Macário estão feitos um com o outro.
ResponderEliminarSó não vê quem não quer.
Mais uma vergonha para Faro.
ResponderEliminarSobre este assunto já o eng. de tavira não diz nada... Não lhe interessa.
Para esta Câmara o Concelho acaba no Cais das Portas do Mar. É o que dá ser montanheiro.
ResponderEliminarEstá na hora da Silvia Padinha voltar a juntar o povo e partir para a luta.
ResponderEliminarNinguem quer saber da Culatra porque são pescadores e pobres. Se fosse em Vilamoura as televisões já estavam em directo, o Macário fartava-se de gritar contra o Governo, o Cavaco já tinha chamado o Primeiro-ministro e a Ministra do Ambiente, antes que a pusessem a mexer, já tinha demitido a Valentina Calixto.
ResponderEliminarÉ tudo uma questão de estatuto social.