O PSD assumiu no caso das Scut uma estratégia digna da melhor técnica de guerrilha. Cada estrutura partidária assume na sua região a posição que lhe possa trazer mais votos, independentemente da posição assumida pelo Presidente do partido.
A nível nacional Pedro Passos Coelho impõe ao Governo (minoritário) as suas condições para um acordo: Portajar todas as actuais e futuras Scut, sem isenções para ninguém. Em simultâneo, no Norte e no Algarve, Rui Rio e Mendes Bota assumem que as suas estruturas partidárias são contra as portagens.
É uma espécie de sol na eira e chuva no nabal.
Cada um atira para o lado que lhe pode render maior apoio eleitoral, numa espécie de células de guerrilha, independentes e autónomas, tentando capitalizar todos os votos.
Não sei quanto mais tempo conseguirá o PSD manter esta estratégia, mas até agora conseguiu, pelo menos, desorientar o adversário.
O Governo que sempre defendeu que não deveria haver portagens nas regiões onde o índice de desenvolvimento fosse inferior à média Nacional ou não existissem alternativas, já admite colocar portagens em todas as Scut e alterou a escala da aplicação das isenções das regiões para os municípios.
Apesar das múltiplas declarações de Miguel Freitas e do PS Algarve reafirmando a sua posição e a do Primeiro Ministro - contra as portagens na Via do Infante por falta de alternativa – a verdade é que o Ministério das Obras Públicas parece atordoado com os “disparos” em ziguezague do PSD, com consequências para a imagem do todo que podem ir muito além das Scut.
Agora a Comissão Politica do PSD Algarve aprovou 10 razões para que a Via do infante não tenha portagens. É uma posição importante, até porque tomada por unanimidade, mas que efeito prático terá a nível nacional?
Que ilações estarão dispostos a retirar os dirigentes e autarcas do PSD no Algarve se Passos Coelho continuar a não ouvi-los?
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