Depois de ter retirado a rede que protegia a Urbanização Horta das Figuras, a Câmara Municipal de Faro abriu uma saída do Fórum Algarve directamente para o interior daquele bairro residencial.
De novo é a instigação da inveja social que está na base da intervenção da Câmara de Faro.
A Urbanização Horta das Figuras carrega o sinónimo de zona de gente rica, sendo que a rede que separava aquele espaço do resto da cidade tinha muito pouca razão de existir e contribuiu em muito, assim como a posição dos seus moradores em relação à utilização a dar aos espaços destinados a equipamento público, para o enraizamento de um sentimento de poder e de favorecimento social.
Já quanto à separação dos eixos viários, agora eliminada pela Câmara, verificavam-se razões para a sua existência.
O Fórum Algarve é o principal pólo de actividade da Cidade, registando um enorme e praticamente continuo movimento automóvel. Fazer com que os carros passem a circular na estrada de acesso à Urbanização Horta das Figuras, que não foi dimensionada para suportar tal fluxo de viaturas, é um tremendo erro urbanístico, que pode pôr em causa o equilíbrio daquele espaço residencial.
Nem tão pouco o argumento de nova acessibilidade colhe, uma vez que existe um acesso directo à Estrada Senhora da Saúde, sem necessidade dos automóveis cruzarem um bairro residencial.
Por outro lado, não se entende como é que a Câmara decide aumentar a carga viária de um troço habitacional, cujo piso se encontra em mau estado de conservação, sem marcações e onde só existe passeio para peões de um dos lados da estrada, o que demonstra bem o improviso e a irracionalidade com que foi tomada esta decisão.
Nenhum destes aspectos foi acautelado ou tido em conta. O único argumento que parece importar à actual maioria de direita são votos e, nesse aspecto, os moradores da Horta das Figuras são engolidos pelo populismo do Presidente da Câmara de Faro e por essa ilusão eleitoralista de fim dos alegados privilégios que objectivamente pretende passar para a opinião pública.
Mais, as alterações ao transito são em regra precedidas de deliberação de Câmara, auscultação da Junta de Freguesia e de publicação de um Edital, nenhuma destas regras democráticas e de direito administrativo foi seguida pela Câmara, o que demonstra que a decisão foi tomada à pressa e, mais grave, pode consubstanciar um abuso de poder e uma retaliação do Presidente da Câmara de Faro sobre a discussão que os moradores da Horta das Figuras têm tentado lançar sobre o uso a dar aos terrenos municipais que se localizam naquela urbanização.
Concluindo, nada justifica levar o trânsito automóvel do Fórum para dentro de uma zona residêncial, a não ser, tal como na proibição dos funcionários municipais tomarem café, a instigação da inveja social.
Muito bem. O que está aqui em causa (e noutras situações, igualmente)é o desprezo pelas regras democráticas e da cidadania. É preciso continuar esta discussão e obrigar os responsáveis autárquicos a cumprir as regras. Faro não é propriamente a ilha da Madeira e aqui os munícipes têm voz e maneiras de a fazer ouvir.
ResponderEliminarSeria bom que os que manifestam essa inveja e que acham que os moradores são uns privilegiados, viessem fazer uma visita ao bairro para ver como a Câmara o tem tratado.
Um abraço
Negocios. O que está aqui em causa são negocios imobiliários. Voltou o tempo da expeculação.
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