Os pescadores e mariscadores da Ria Formosa, em Faro, queixam-se do amontoar de lixo e das descargas de águas poluídas no local, sentindo-se descriminados pela “excessiva” regulamentação para navegarem e a ausência de fiscalização da poluição do espaço.
Televisões, frigoríficos, pára-choques de carros, garrafas de plástico e sapatos são alguns dos objectos que se podem encontrar nas margens da Ria Formosa, numa visita ao local com pescadores.
Além disso, segundo o Região Sul, é possível ainda ver, em alturas de maré baixa, as descargas provenientes de quintas de suinicultura que "avermelham as águas" e "deixam um cheiro horrível".
Os pescadores do Moinho do Grelha/Praia dos estudantes estão em luta contra as restrições à navegação na Ria Formosa, impostas pelo regulamento recentemente aprovado e que, nomeadamente, proíbe a circulação a motor por canais sempre utilizados por aqueles profissionais.
A sua contestação começa a subir de tom e as criticas, de forma a serem ouvidas, começam a verter sobre outros aspectos da Ria Formosa.
A limpeza é de há muito um problema crítico.
Com inúmeras zonas pouco frequentadas a Ria Formosa tornou-se, ao longo de anos, um vazadouro de lixo para muitas pessoas e até empresas sem escrúpulos.
O problema não se resolve só com multas, nem com acções de limpeza mais ou menos mediáticas, é necessário uma nova cultura de responsabilização e de vivência ambiental e, claro, é necessário que as pessoas de Faro, Olhão, Tavira, etc., sintam a Ria Formosa como sua e defendam este património ecológico único. Mas para que isto aconteça é também necessário que as entidades oficiais alterem a sua filosofia de gestão e repressão no interior do Parque Natural da Ria Formosa.
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