domingo, 24 de outubro de 2010

Central de Reservas é urgente para o turismo no Algarve

A criação de uma Central de Reservas, para que qualquer turista possa reservar diretamente um alojamento ou até experiência à sua escolha, pode estar para breve, pelo Turismo do Algarve. Hoteleiros estão de acordo, mas não a qualquer preço.

A criação de uma central de reservas online é fundamental para ‘puxar’ pelo turismo algarvio. Quem o diz é Nuno Aires, presidente do Turismo do Algarve, que admite que o processo não tem sido tão rápido quanto o desejado, sobretudo numa altura em que se assiste à ‘queda’ dos operadores tradicionais, como a TUI e a Thomas Cook, que recentemente cancelaram as operações no Algarve.

“A TUI e a Thomas Cook, sobretudo porque lógicas de mercado internacional, estão a apostar no medium haul (viagens de médio curso), na Turquia, Egipto e Tunísia. Curiosamente, no mercado online estão a crescer e a tendência é essa, é que seja o consumidor via online (internet) a reservar e a usar as companhias low cost”, explica Nuno Aires.

A criação de uma central de reservas – proposta que a Associação de Hotéis e Empreeendimentos Turísticos reivindica como sua – não tem no entanto avançado, apesar de já existir no papel há alguns anos. “Há vários constrangimentos, inclusive dos próprios operadores tradicionais. Ao criarmos um canal online, estamos a introduzir mais um elemento no mercado e a APAVT tem também uma palavra a dizer”, refere o responsável.

A Associação Portuguesa de Agentes de Viagem e Turismo tem tomado posições contrárias à venda turística pela internet, sentindo que esta ‘ameaça’ a actividade tradicional das agências e operadores convencionais, algo que Aires tenta desmistificar.

“Nós temos dito para não considerarem isto como uma ameaça e para que eles, em vez de constestarem, se juntarem e integrarem o próprio processo”, diz. Como é sabido, atualmente muitas das agências convencionais exploram já o mercado turístico também através dos canais online, isto para além das centrais que entretanto surgiram exclusivamente na internet, como a Booking.com ou a Expedia.com.

“O Algarve também está lá nessas plataformas, mas não existe uma plataforma nossa, exclusiva, que possa promover só a região, à semelhança do que existe já há anos em vários outros países. A ideia é que isso possa acontecer, por exemplo, num site como o Visitalgarve (site do Turismo do Algarve), que tem uma média de 1 milhão de visitas únicas anuais, o que é muito interessante”, refere o responsável.

Elidérico Viegas diz ter ‘apadrinhado’ desde o início a ideia de uma central de reservas online e lamenta que o projeto nunca tenha ‘levantado voo’.

“A proposta existe, mas ninguém deu seguimento. Só agora é que a parte pública está a prestar atenção ao assunto”, diz Elidérico Viegas, apontando baterias aos sucessivos Conselhos Executivos da Região de Turismo do Algarve. “O Algarve tem de ser capaz de manter uma Central de Reservas online, que deverá evoluir paralelamente com ferramentas de CRM (Customer Relationship Management), de relação direta com os clientes que permita fazer um acompanhamento e manter a promoção do destino”, refere Elidérico Viegas.

“Tem é de ser um projeto autosustentável e que gere receitas suficientes para se manter, tem que ser de todos e gerido por todos, não pode ser só de alguns”, dando a entender que pudesse haver divisões entre os hoteleiros sobre o acesso ou controlo do novo portal. “Entre nós? Não, nós os hoteleiros estamos unidos e estamos de acordo quanto à necessidade. Agora eles, do Turismo, é que parece que às vezes andam aos tiros uns aos outros!”, remata, sem reservas, Elidérico Viegas.

O Observatório do Algarve tentou também contactar a APAVT, mas tal não foi possível em tempo útil.
(Noticia: Observatório do Algarve)

Sem comentários:

Enviar um comentário