«O Algarve é a região do País mais afectada pela crise no sector da construção, registando quebras superiores ao dobro da média nacional em termos de novos fogos. Uma situação que está a reflectir-se na grande subida do desemprego na região.
De acordo com dados da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS), nos primeiros sete meses deste ano registou-se uma diminuição de 25,3% no número de licenças que foram concedidas para construção de novos fogos para habitação, em comparação com o período homólogo do ano passado. A nível nacional, a descida cifrou-se em 11%, ou seja, menos de metade do valor verificado na região.
A quebra na construção de novas casas levou a um aumento muito significativo do número de desempregados. Em finais de Agosto, o Algarve contava com mais 31,8% de desempregados no sector do que em idêntico período do ano passado, enquanto a média do País foi de 12,7%.
Só o investimento público deu mostras de alguma recuperação, traduzido num acréscimo de 11,6% no valor das adjudicações na região, mas, segundo a AECOPS, isso foi "insuficiente para reduzir o grande pessimismo manifestado pelos empresários locais quanto à evolução do sector".
O acentuar da crise na construção foi, aliás, a principal razão que esteve na base da decisão tomada este mês pela Câmara de Silves de mexer nas taxas de urbanização e edificação (que tinham sofrido aumentos muito significativos há pouco tempo).
Segundo a proposta apresentada pelo PS, e aprovada por unanimidade, existem "inúmeros casos em que o alvará de construção não é pago, considerando os valores altíssimos em causa", o que significa "menos construção e mais desemprego". As alterações das taxas têm carácter de urgência.»
(Noticia: Correio da Manhã)
A estagnação no sector da construção civil, actividade económica central no Algarve, tem provocado uma acentuada quebra das receitas dos municípios, para além de ser responsável por uma grande parte do número de desempregados na região.
É curioso ver uma Câmara (Silves) que tem problemas financeiros graves decidir (até por proposta da oposição - PS) alterar tabela de taxas e licenças para baixar os valores das licenças de construção recentemente aprovados, na esperança de estimular a construção no Concelho.
Não sei qual será o impacto que esta medida terá na economia de Silves mas sabemos que o aumento das taxas e licenças, como foi feito também em Faro, não se traduz em mais receitas para as câmaras, pelo contrário retrai ainda mais a actividade económica.
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