“O conjunto das medidas anunciadas pelo Governo agravará a situação económica e social no Algarve” defendeu este sábado, em comunicado, a Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do Partido Comunista Português.
Segundo os comunistas, as medidas “agravam desde logo a situação dos trabalhadores e das suas famílias, deixando intocáveis mais uma vez os chorudos lucros da banca, do capital financeiro”.
Além disso, “acentuam a perda de competitividade da economia regional face a Espanha, com o aumento do IVA, com consequências graves para as micro e pequenas empresas e comércio tradicional”, acentuando também “os fatores depressivos com a perda do poder de compra dos trabalhadores e da população”.
A DORAL do PCP garante ainda que o conjunto de medidas “contribuirá para o aumento do desemprego, com os dramas que arrasta, ao mesmo tempo que retira apoios sociais. Por exemplo, 1 milhão e 449 mil beneficiários do abono de família, de um universo de 1 milhão e 756 mil, serão afetados”.
Os comunistas defendem ainda que as medidas adiarão “o andamento de obras públicas essenciais, como seja a do Hospital Central do Algarve, e muito menos se perspetiva o lançamento de outras obras fundamentais ao desenvolvimento regional”.
Para mais, o PIDDAC “sofrerá um corte de 349 milhões de euros e as autarquias serão penalizadas no que resta do ano de 2010 e no ano de 2011 em 400 milhões de euros”.
As medidas contribuirão ainda, segundo o PCP do Algarve, “para acentuar a mancha já enorme da precariedade nas relações de trabalho - na região onde ela já é mais expressiva - penalizando os trabalhadores e favorecendo os grandes grupos económicos”.
O executivo da DORAL do PCP reafirma que “não há saída para a situação do país sem dinamizar a produção nacional, sem apoiar as micro e pequenas empresas”.
“As medidas tomadas pelo Governo agravando a vida dos trabalhadores e do povo, não resolverão o problema. Ao contrário, fará aumentar o desemprego, as falências e a recessão económica”.
Para o PCP, perante tais medidas, “suportadas numa política de favorecimento do grande capital”, torna-se “cada vez mais inevitável a intensificação da luta a partir dos problemas concretos dos trabalhadores e das populações”.
Por tudo isso, o executivo da DORAL manifesta a sua solidariedade à Greve Geral convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 24 de Novembro e apela a todos os militantes comunistas para que, “no quadro da sua atividade e ação se empenhem no êxito da luta”.
Os comunistas algarvios consideram ainda muito positiva “a jornada regional descentralizada que se realizou na passada sexta-feira, inserida num processo de luta prolongado, contra a introdução de portagens na A22 (na Via do Infante), bem como a adesão que continua a suscitar o abaixo-assinado do PCP contra as portagens”.
Simultaneamente, classificam como “uma grave cedência a posição adotada pela AMAL”, considerando mesmo que a AMAL, “com a posição que adotou, passou a admitir a introdução de portagens na A22 (Via do Infante), colocando como condição a conclusão das obras na EN125”.
“Que credibilidade pode ter quem à sexta-feira apela à criação de uma plataforma de luta contra as portagens e depois, à segunda-feira, os seus autarcas cedem à introdução de portagens? Ou que credibilidade pode ter quem afirma manter a palavra contra a introdução de portagens, mas depois não só apela à não participação nas lutas, como os seus autarcas cedem à introdução de portagens? A posição adoptada pela AMAL deita por terra tudo o que ao longo de anos foi dito pelo PS e pelo PSD. Mais, trata-se de uma posição que contraria moções unanimemente aprovadas em Assembleias Municipais, o que revela o completo desnorte que invade o PS e o PSD”, dizem os comunistas.
“Pela parte do PCP assumimos, hoje como ontem, com clareza, a nossa posição. Faremos o que estiver ao nosso alcance para que as portagens na A22 (Via do Infante) não sejam uma realidade e apelamos à continuação de ações de luta e protesto contra as portagens. Neste sentido, tornamos público que, logo que seja publicado o dispositivo legal para a introdução de portagens na Via do Infante, o Grupo Parlamentar do PCP tomará a iniciativa de acionar os mecanismos visando o seu chumbo pela Assembleia da República”, acrescentam.
(Noticia: barlavento)
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