Faro: Maratona do Algarve tem 200 inscritos

«A primeira “eco maratona” do Algarve realiza-se domingo em Faro e até hoje havia 200 atletas inscritos, um número que fica aquém das expetativas da organização que estimava receber no "ano zero" 350 mil inscrições.

António Campos, diretor geral da Xistarca, a empresa que está a organizar a "Maratona do Algarve", havia dito na conferência de imprensa de apresentação da prova que estimava receber 350 mil inscrições.

No entanto, estas expetativas elevadas acabaram por ser defraudadas pela baixa adesão dos atletas. A três dias da prova, estavam inscritos apenas cerca de 200 atletas para a maratona, mais 350 atletas para a meia maratona, e perto de 400 pessoas para a marcha e mini maratona.

O orçamento para a prova ronda os 50 mil euros e tem o apoio logístico da Câmara de Faro, que quer entrar para o roteiro das "grandes maratonas nacionais e internacionais", apostando num turismo desportivo.

A entrega dos dorsais para participar no evento desportivo será feito nas Piscinas Municipais de Faro no sábado, entre as 10:00 e as 19:00, um dia em que a Associação de Atletismo do Algarve dá um jantar de homenagem aos 27 atletas nacionais medalhados em Jogos Olímpicos, Campeonatos da Europa e do Mundo, que terá lugar Escola de Hotelaria do Algarve.»
(Noticia: Observatório do Algarve)

Um flop!

A Maratona do Algarve foi apresentada com a pompa e circunstancia que a actual maioria de direita na Câmara de Faro já nos habituou. Seriam 350 mil participantes que nos colocariam a rivalizar com as maiores maratonas internacionais. Afinal, dos apregoados 350 mil, inscreveram-se apenas 200 atletas.

O mais grave, ainda assim, não é a falta de adesão dos atletas, mas a falta de estratégia autárquica para o movimento desportivo concelhio e a sua queda para “acções espectáculo” em detrimento de uma política de desenvolvimento desportivo local com continuidade e sustentabilidade.

Numa câmara com dificuldades financeiras, que depois de reduzir os apoios financeiros que habitualmente dava aos seus clubes ainda lhes ficou com metade do que havia prometido, não se entende a promoção destas iniciativas “plásticas” em detrimento da valorização da acção desportiva dos seus clubes e de provas que já existem em Faro e que têm história desportiva, como é exemplo o Grande Prémio dos Reis, uma das mais antigas provas de atletismo do país e que, ano apôs ano, vem perdendo dimensão e competitividade.