segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ilha de Faro: Ondas de cinco metro ameaçaram casas

«A tarde de sabado foi de sobressalto para os moradores da ilha de Faro. As marés-vivas, aliadas à forte ondulação de cerca de cinco metros, empurraram a água até às frágeis habitações de madeira e contraplacado.

Como o mar ameaçava galgar a única estrada de acesso à ilha, as autoridades decidiram, por precaução, encerrar a via ao trânsito. Durante várias horas só foi permitida a passagem a moradores.

"Estava numa divisão da casa, que fica mesmo do lado do mar, quando senti as ondas a bater nas paredes. Fiquei bastante assustada e corri para a rua", contou Celestina Silva.

Na casa ao lado, a família Cruz temia o pior. "Foram duas horas de agonia a ouvir as ondas a bater e a rezar para que a casa não caísse. Sempre que há marés-vivas é esta aflição.

Qualquer dia morremos todos cá dentro", desabafava Ana Maria. Há cerca de duas décadas que as famílias Silva e Cruz ali moram sem perspectivas de futuro. "Fala-se em realojamento, mas nada sabemos de concreto", lamentam.

A situação mais crítica verificou-se entre as 16 e as 18 horas com o mar e a areia a chegarem à estrada, casas e estabelecimentos de restauração nas duas extremidades da ilha.

Uma delas, junto ao conhecido café "Zé Maria", esteve mesmo interdita. Várias viaturas ficaram atoladas e tiveram de ser rebocadas por agentes da Polícia Marítima, que patrulhavam a ilha em viaturas todo-o-terreno. As autoridades tiveram dificuldades em evacuar o parque de estacionamento à entrada da ilha - quase cheio apesar da chuva e do mau tempo - devido a curiosos que insistiam em ali permanecer e tirar fotografias.

Segundo o comandante operacional Municipal, Aníbal Silveira, "este é um problema que se verifica todos os anos durante as marés-vivas". Ao final da noite de ontem as autoridades mantinham a vigilância na ilha.»
(Noticia: Jornal de Noticias)

A Sociedade Polis quer fazer na Ilha de Faro o que fez na Fuzeta, colocar os moradores perante o facto consumado por isso, mais de dois anos depois da sua criação, não tem ainda nenhuma obra ou intervenção no concelho de Faro, fazendo depender estas da prévia aprovação dos planos de demolições.

A estratégia do adiamento das obras até a aprovação das demolições tem a concordância da actual maioria de direita da Câmara de Faro que, tacticamente, prefere que os investimentos começem o mais tarde possivel para poder dizer que são obras de sua lavra.

A verdade é que o Polis Litoral Ria Formosa foi uma conquista da anterior Câmara do PS que deixou neste programa governamental 87,5 milhões de euros de investimento, mais de metade dos quais para ser realizado no Concelho de Faro.

A Sociedade Polis já foi criada há mais de dois anos, José Apolinário já deixou a Câmara de Faro há quase um ano e tudo continua na mesma, na fase dos planos. Com isto quem perde são as pessoas.

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