«A CP excluiu os quatro concorrentes - Alstom, Bombardier, CAF e Siemens - ao maior concurso de sempre daquela empresa para a compra de novos comboios.
Em causa está a aquisição de 49 automotoras eléctricas (a maioria para a Linha de Cascais) e 25 composições diesel para o serviço regional (entre as quais o Algarve), num concurso que superava os 300 milhões de euros.
A transportadora pública encontrou inconformidades nas propostas dos quatro fabricantes que levou à sua exclusão, ficando o concurso deserto. Desta forma, a CP não se arrisca a ter de pagar indemnizações aos concorrentes, ao contrário do que aconteceria se a decisão fosse anular o concurso.
A CP lançou este concurso em Maio de 2009, sendo as propostas conhecidas em Novembro, mas desde então o processo ficou em banho-maria porque, no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento, foi criada uma comissão de análise entre o Ministério das Finanças e o das Obras Públicas e Transportes para reavaliar os investimentos do sector ferroviário.
A CP não tem contrato de serviço público com o Estado e encontra-se há anos em falência técnica, pelo que esta aquisição seria em grande parte feita com recurso ao endividamento, diz o Público.
Nas propostas apresentadas à CP, os espanhóis da CAF eram os mais bem posicionados nos dois lotes de material circulante (eléctrico e diesel) com 319 milhões de euros, seguidos da Siemens (439 milhões) e da Bombardier (457 milhões). A Alstom só apresentara proposta para as unidades eléctricas (239 milhões), ficando a seguir à CAF, que propusera 179 milhões.
Sem comboios novos à vista, a transportadora ferroviária vai ter de recorrer à reabilitação de material velho, como aliás tem vindo a fazer nos últimos anos. As automotoras UTD (Unidades Triplas Diesel) que circulam no Douro e no Algarve, e que estava previsto irem para abate, deverão ser alvo de um processo de modernização para lhes prolongar o tempo de vida útil.
O aluguer de 17 automotoras espanholas à Renfe, por 5,35 milhões de euros por ano durante cinco anos, é também uma forma de colmatar a falta de material novo.»
(Fotografia: Carris de Pedra)
É claro que se percebe que, face à situação do País, a maiora dos investimentos públicos vai ficar a aguardar em banho-maria até melhores dias. Infelizmente, será assim também com o investimento que a CP pretendia realizar para substituir as velhas automotoras que ligam (pessimamente) Lagos a Vila Real de Santo António.
O transporte ferroviário é um problema no Algarve, só mesmo quem já andou de comboio compreende o drama dos algarvios que dependem no seu dia-a-dia da CP para viajar de casa para o trabalho e vice-versa e quanto maior for a distancia a percorrer pior o serviço. O sofrimento vai continuar.
O transporte ferroviário no Algarve é uma desgraça. Uma viagem de Lagos a Vila real de Santo António chega a levar quase 4 horas. Isso mesmo 240 minutos, praticamente o mesmo que o Intercidades leva de Faro a Lisboa.
ResponderEliminarÉ impossivel ser considerado uma alternativa de transporte.