quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Universitários de Faro querem dois dias de luto académico

«O presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve convocou uma Assembleia Magna para votar dois dias de luto académico como protesto contra a decisão da Câmara de Faro de reduzir os horários da Festa do Caloiro.

Cerca de dois mil estudantes da Universidade do Algarve concentraram-se hoje à frente da Câmara de Faro para pedir ao presidente autarquia, Macário Correia, que reavaliasse a decisão de reduzir os horários de abertura do recinto em que decorrerá a festa de receção aos novos alunos.

O presidente da Associação Académica, Guilherme Portada, solicitou a Macário Correia, durante a sessão pública de hoje da reunião do executivo camarário, que reconsiderasse a decisão de obrigar que o recinto feche até às 02h00 (de domingo a segunda) e até às 03h00 (na sexta e no sábado).

Macário Correia recusou reconsiderar, invocando a lei do ruído, e comunicou que apenas autorizaria outros horários se os estudantes entregassem assinaturas dos moradores próximos do recinto.

À saída da reunião do executivo camarário, Guilherme Portada disse aos jornalistas que a proposta de Macário Correia era "inaceitável", "fundamentalista" e "vergonhosa" e que ia convocar uma Assembleia Magna para decidir dois dias de luto académico.

Segundo Guilherme Portada, o luto académico significa, por exemplo, encerrar serviços da academia ou os estudantes andarem trajados e tapados, contudo, garantiu que a Associação Académica vai "cumprir os horários" determinados pela Câmara, porque os estudantes são "civilizados”.

Guilherme Portada afirmou ainda ao Observatório do Algarve que todos os prejuízos fruto da redução dos horários, nomeadamente os que estão relacionados com os contratos com os artistas, segurança, electricidade, água ou som passarão a ser da responsabilidade da Câmara de Faro.»

Não existe restea de bom senso, razoabilidade ou proporcionalidade na atitude da Câmara Municipal de Faro quando esta decide, unilateralmente, restringir o horário da Recepção ao Caloiro para as duas horas da manhã, um limite que é inferior ao horário atribuído pela mesma Câmara aos bares e discotecas que existem no centro histórico de Faro e dentro das zonas residênciais e que fazem barulho e incomodam todas as noites os moradores.

O problema de Macário Correia não é o barulho dos estudantes, o problema é o seu manifesto nanismo político.

1 comentário:

  1. Na reunião de Câmara pública declara, com voz de sargento, o Presidente para a assistência de estudantes universitários?

    — Quem se acha bêbado, arruaceiro, preguiçoso, populista e mentiroso fica em pé.

    Só o Presidente da Associação Académica se levanta. Então o autarca questiona surpreendido:

    — Você se acha mesmo tudo isso que eu disse?
    E o garoto responde:

    — Não, é que eu fiquei com dó de o ver em pé sozinho.

    Era o que Guilherme Portada devia responder a Macário Correia.

    P.S. A campanha de envenenamento e intoxicação que está em curso contra os estudantes da UAlg envergonha a história da Cidade de Faro e já merecia um apelo público à pacificação institucional, ao respeito mutuo e à tolerância por parte do Magnifico Reitor que não pode assistir silenciosamente ao achincalhamento público daquilo que é a razão de ser da Universidade do Algarve - os seus estudantes.

    É que para descentrar a discussão e desviar as atenções sobre o cerne do problema - a autorização da Câmara para a realização da Recepção ao Caloiro no Largo de S. Francisco e a posterior má fé administrativa inviabilizando a realização da mesma com cortes sucessivos de horário – assiste-se a uma deriva populista que revela um profundo desprezo pela academia, chegando a ser difamatório para os seus estudantes, num tom, absolutamente inadmissível, que mancha a própria reputação da Universidade do Algarve.

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