A pergunta foi bem colocada pelo Presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve e demonstra que o objectivo dos dois mil estudantes que se dirigiram ontem à Câmara Municipal em protesto face à má fé administrativa do actual Executivo – que um dia emite uma licença e no outro altera os seus termos – é a de apaziguamento e a de quem procura com elevação acabar com o clima de hostilização e provocação aos estudantes.
Parece obvio que o Presidente da Câmara de Faro quer, mais uma vez, pôr uns contra os outros – como fez com os trabalhadores da Câmara – e colocar, desta vez, a cidade contra os seus estudantes.
Os factos são indesmentíveis:
Foi o Presidente da Câmara Municipal de Faro quem decidiu que a Recepção ao Caloiro seria feita no Largo de São Francisco. Foi o Vereador da Juventude quem garantiu à Associação Académica da Universidade do Algarve que os horários seriam idênticos aos autorizados no passado. Foi a Câmara Municipal de Faro que emitiu na Segunda-feira uma licença que violava a palavra dada pelo Vereador Paulo Santos reduzindo o horário de funcionamento da Recepção ao Caloiro. Foi o Presidente da Câmara de Faro quem mandou, na Terça-feira, a PSP notificar os estudantes atribuindo-lhes um novo horário ainda mais limitado. Foi, por exclusão de partes, a Câmara Municipal de Faro quem mandou o corpo da polícia de choque, fortemente armado, cercar os estudantes e garantir o encerramento da recepção ao caloiro.
Em todo este processo fica clara a má fé administrativa e politica da Câmara Municipal de Faro que um dia diz uma coisa e no outro faz o seu oposto, mudando as regras por si própria fixadas quando a partida já vai a meio.
Tudo isto num ano em que a Câmara de Faro se recusou a conceder qualquer apoio à Associação Académica da Universidade do Algarve assumindo esta, pela primeira vez, todos os custos e encargos financeiros com segurança do recinto, limpeza, emergência médica, electricidade e água.
Macário Correia diz que os estudantes fazem barulho.
O que quereria o Presidente da Câmara de Faro? Que os jovens se comportassem como velhos? Que vestissem fato e gravata? Que fossem todos formatados a meninos de coro?
Ora não podemos, a cidade e todos nós, querer por um lado que os estudantes consumam como jovens, entrando nas lojas e comprando perfumes, sapatos e roupa de marca, alugando quartos a duzentos euros/mês, enchendo a dispensa nos nossos supermercados, tirando copias e comprando livros nas nossas papelarias, organizando jantares nos nossos restaurantes, bebendo nos nossos cafés e bares e depois que se comportem como velhos.
Num ano lectivo com 9 meses de estudo e de exames, os estudantes universitários têm 2 a 3 semanas de festa e, eventualmente, de excessos, será isso de mais? Será desproporcional? Não será assim em todas as cidades universitárias?
Será que a cidade de Faro o que recebe dos 10 mil estudantes da Universidade do Algarve não compensa a euforia e a irreverência, próprias da juventude, durante 3 semanas?
Será possível ambicionarmos ser uma cidade universitária sem estudantes?
Uma cidade que restringe e limita a juventude é uma cidade sem esperança. Uma cidade que exclui os jovens e a sua irreverência é uma cidade que está morta, ainda que não o saiba.
Uma vergonha. É o que dá termos um Velho do Restelo como presidente de Câmara.
ResponderEliminarHá para ai alguns comerciantes a vender odio contra os estudantes porque fazem muito barulho. O que os estudantes deviam era deixar de fazer compras nos seus estabelecimentos, tipo como numa certa optica com mania que é engraçada.
ResponderEliminarFalam que os estudantes bebem e fazem barulho mas na hora de receber o dinheiro dos estudantes não se fazem de esquisitos.
Julgo que todos concordamos que estas festas provocam muito barulho, agora a Câmara não pode escolher um local e depois inviabilizar o evento que autorizou cortando no horário do mesmo vezes sem conta. Isso não é sério e revela falta de caracter para assumir os seus actos.
ResponderEliminarDigam ao Macário que esta Cidade não é só para velhos e serrenhos como ele!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarA universidade tem tanto espaço, porque não fazem a festa lá dentro. Já agora criem também lojas, restaurantes e bares lá dentro e residências para que não tenham que vir à cidade e depois os senhores comerciantes de Faro quando sentirem na carteira vão morder a lingua.
ResponderEliminarQuem nunca bebeu que atire a primeira pedra.
ResponderEliminarSe calhar aqueles que mais falam eram os piores quando eram mais novos.
Os jovens só podem ser jovens agora. Não será aos 50 anos que podem fazer o que fazem hoje.
Grande Macário foi por isso que votei em si.
ResponderEliminarAgora faltam os bares no centro, largo da madalena, onde moro, incluído. Passar tudo para a meia-noite e discotecas duas da manhã no máximo dos máximos como nos disse na campanha eleitoral.
Vamos acabar com a pouca vergonha da noite em Faro.
Este assunto tem motivado hoje ao longo do meu dia de trabalho muitas e até algumas inflamadas discussões com um cerrar de fileiras entre os pró-câmara para quem os estudantes são basicamente uns bebados e arruaceiros e os pró-academia para quem a cidade sem estudantes não existia.
ResponderEliminarSinto muito mas esse não é o problema.
A Câmara licenciou a Recepção ao Caloiro para o Largo de S. Francisco, podia não o ter feito mas decidiu faze-lo e, quando o fez, sabia quais eram os horários sempre praticados. A meio do percurso decide restringir o horário e os estudantes cumprem. Depois decide de novo restringir ainda mais o horário e os estudantes protestam e na minha opinião com razão porque se a Câmara autorizou a realização da festa naquele local não pode depois queixar-se do barulho.
A Câmara não me parece estar bem intêncionada neste assunto porque decide que a festa é no largo de são francisco mas depois na prática impede que a mesma se realize reduzindo o horário de funcionamento.
Assim não!
Temos que ser pessoas de bem. A minha Câmara tem que ser neste aspecto irrepreensivel, e neste caso, claramente, não foi.
Comportou-se como judas e traiu os estudantes.
Caro Simao...
ResponderEliminarvoce de certeza que não teve juventude...lá por uns não terem a oportunidade de gozar a sua juventude não quer dizer que os outros não possam...quando é que os jovem vão se divertir? quando tiverem com filhos nos braços? por favor...esta cidade sem os estudantes não é nada...
Quando a cultura deixa de ser o paradigma da relação com o outro, a colectividade perde o lugar confluente onde se cruzam os preceitos éticos e estéticos que a justifica, aumentando a hipótese repressiva da conduta política.
ResponderEliminarBatista Bastos
Este Macário é um troca-tintas, um fala-barato
ResponderEliminarO homem tanto diz uma coisa como o seu contrário, é a expressão máxima do populismo.
Se não queria que os residentes fossem incomodados com o barulho dos estudantes não tinha autorizado a Recepção ao Caloiro no Largo de São Francisco. Vir depois reduzir o horário é faltar à palavra dada.