Presidente da Câmara de Faro ataca funcionários do Município e médicos “amigos” no Dia da Cidade

«As críticas ferozes aos funcionários públicos aconteceram durante as comemorações do dia da cidade de Faro.

"Arranjam todo o tipo de desculpas e têm o apoio de médicos amigos que lhes passam atestados no momento exacto em que desejam adoecer e com o preciso número de dias e o diagnóstico da conveniência, sem o recurso a exames", disse o autarca.

Macário Correia garantiu ao Correio da Manhã que o atraso organizativo dos serviços "não durará muito mais tempo" e que a solução poderá passar por "processos disciplinares ou mudanças de serviços" na autarquia, onde trabalham mil pessoas.»

O primeiro discurso do Dia da Cidade do Presidente da Câmara de Faro não pode deixar de ser considerado uma oportunidade perdida.

Foi em sintece uma intervenção justificativa, demagógica e pobre depois de uma campanha eleitoral em que prometeu refazer de Faro uma Capital.

Justificativo, por resumir toda a inacção deste quase um ano de mandato com dificuldades financeiras por demais conhecidas, aliás, durante a campanha eleitoral o então candidato da coligação de direita não se cansou de repetir que a situação financeira do Município era muita má, pior do que afirmava o então Executivo do PS, mas nem isso evitou que prometesse tudo a todos.

Demagógica, por lançar de novo o anátema sobre os funcionários da Câmara. Se na sua maioria os funcionários são bons, como parece agora querer dizer, então não se justificam as criticas que fez em todos os órgãos de comunicação social (locais, regionais e nacionais) e no próprio Dia da Cidade sobre os trabalhadores do Município. Ao Presidente da Câmara compete elevar o discurso, motivar, apontar soluções e intervir de forma inatacável e não explorar a inveja social.

Pobre, por não ser capaz de lançar uma ideia para o futuro de Faro, limitando-se a falar em duas obras que não são suas e que desvalorizou no passado, caso do Parque Ribeirinho (Programa Polis) e da variante Norte a Faro (Requalificação da EN 125).

Tratou-se, por isso, de um discurso sem chama ou alma e Faro necessita de reacender a sua alma e de acreditar de novo nas suas potencialidades.