O número de pessoas do Norte e Centro que ganha mais de três mil euros por mês reduziu-se 17% e 44%, respectivamente, no terceiro trimestre deste ano face a 2009. Há 120 600 portugueses a ganhar menos de 310 euros e 23 700 são remunerados acima dos três mil euros líquidos.
A média nacional em matéria de evolução dos escalões de rendimento entre o terceiro trimestre deste ano e o homólogo de 2009 não encontra paralelo com o que se passa em algumas regiões do país. Em termos globais, o número de trabalhadores por conta de outrem do sector privado que ganhava no final de Setembro um salário superior a três mil euros aumentou 6,3%, de 22 300 passaram a 23 700. Esta subida foi acompanhada por um recuo do número de pessoas com salário líquido abaixo de 310 euros (menos do que o salário mínimo nacional líquido, 423 euros): são agora 120 600, mas eram mais quatro mil há um ano.
No entanto, os trabalhadores que ganham acima de três mil euros e aqueles que estão abrangidos pelo escalão abaixo dos 310 euros mensais líquidos não se encontram igualmente distribuídos pelo país. Bem pelo contrário. No Norte, os dados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a tendência foi exactamente a inversa das médias nacionais: há menos pessoas a ganhar um valor superior a três mil euros e é mais numeroso o grupo dos que em Setembro declaravam ganhar menos de 310 euros.
Dos 3,84 milhões de trabalhadores dos sector privado contabilizados em Setembro pelo INE, 1,3 milhões estão na região Norte. Destes, há agora 45,8 mil que ganham menos de 310 euros (38% do total neste escalão), mas em 2009 eram 40,9 mil - uma subida de cinco mil. No Centro, este escalão de rendimentos diminuiu de 29,5 mil para 27,5 mil, no Alentejo cresceu de 6800 para 7900 e no Algarve aumentou de 2600 para 3300. Lisboa é a única região onde se regista um recuo muito significativo do número de trabalhadores com um rendimento mensal inferior a 310 euros (o salário mínimo é de 475 euros brutos), passando de 35 mil para 25 mil.
Nos escalões de rendimento mais elevados, a situação é a oposta: Lisboa tem agora, passado um ano, mais 3500 pessoas a declarar que ganham acima de três mil euros/mês, totalizando 13 500 casos, enquanto no Norte e Centro o número diminuiu de 7500 para 6200 e de 2700 para 1500 situações, respectivamente. Com o Alentejo e o Algarve quase inalterados, acaba por ser a situação de Lisboa a contribuir sozinha para a subida contabilizada na média nacional.
O INE compõe, deste modo, um retrato fiel da tendência de distribuição dos salários em Portugal, mas não apresenta números absolutos para todos os portugueses, uma vez que se trata de um inquérito, ainda assim tão fiável quanto os números do emprego.
(Noticia: Jornal de Noticias)
De facto,são muitos os desempregados com baixa formação.Porém,o que sucede na maior parte dos casos é que com mais formação também vão para o desemprego(licenciados).De que serve ter muita formação se só encontramos disponível emprego de caixa de hiper ou segurança?Para quê investir em formação superior se o destino é o desemprego?Chavões ficcionados há-os para todos os gostos,mas a realidade,infelizmente,é diferente para pior.Viva Faro.
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