Ambos os concelhos têm obras a decorrer, estruturantes para o ordenamento do trânsito. Fuga ao pagamento de portagens na Via do infante pode afetar “fluxo diário de milhares de pessoas“.
A introdução de portagens na Via do Infante poderá criar ainda mais confusão nas entradas de Faro e Loulé e na ligação entre os dois concelhos, os mais populosos da região.
Com as obras de conclusão da Variante Norte a Faro ainda a decorrer e a requalificação da EN 125-4, em Loulé, a meio, pode tornar-se bem penoso fazer este caminho, no próximo ano.
O aviso surge da parte dos presidentes das autarquias de Loulé e Faro, que se mostram preocupados com as consequências locais da medida, no que ao trânsito diz respeito.
"Há fluxos diários de milhares de pessoas entre Loulé e Faro, que poderão ser afetados por esta medida“, ilustrou o presidente da Câmara de Loulé Seruca Emídio.
“Isto vai complicar as coisas. Para mais, quando o Governo já afirmou que terá de antecipar a introdução de cobrança de portagens nas outras SCUT, depois de o ter feito no Norte“, defendeu, por seu lado, o presidente da Câmara de Faro Macário Correia.
A entrada Poente de Faro, junto ao Teatro Municipal, é já hoje bastante pressionada e por ali passam diariamente dezenas de milhar de carros, muitos deles vindos do concelho de Loulé.
Sem a variante concluída, quem quiser evitar pagar terá de atravessar a zona urbana, caso queira fazer deslocações de Barlavento para Sotavento e vice-versa.
“A obra da Variante Norte só estará concluída dentro de um ano, na melhor das hipóteses. E estar a introduzir mais trânsito, que foge à Via do Infante, para dentro de Faro, Olhão, Almancil e outros sítios do Algarve é uma complicação. O Governo está a complicar a vida aos algarvios“, acredita Macário Correia.
Em Loulé, a situação não é melhor. A requalificação do troço que liga o Parque das Cidades a Loulé, que, antes da construção da Via do Infante, fazia parte da principal ligação entre esta cidade e a de Faro, está a ser realizada neste momento.
“Enquanto duram as obras na zona da Alfarrobeira, a Via do Infante está a servir de alternativa a muita gente. Agora imaginem se as pessoas tiverem de pagar? Vai obrigá-las a optar pela única via não paga existente“, que se encontra temporariamente condicionada, disse Seruca Emídio.
Esta obra ainda vai na sua primeira fase, a renovação da estrada antiga, mas vai ser seguida de uma obra de maior dimensão, que visa criar uma alternativa.
“Esta primeira fase estará concluída em 2011. Mas a segunda fase ainda está em Avaliação de Impacte Ambiental“, explicou. Esta segunda obra pode ainda durar anos.
“A justificação que sempre nos foi dada pelas Estradas de Portugal para não fechar a Circular a Sul [a segunda fase da obra em curso na EN 125-4, que será paga por Loulé] foi o facto de a Via do Infante funcionar como tal. Diziam que quem vinha de Poente ou Nascente a utilizava como uma circular a Sul“, ilustrou o autarca louletano.
“Nós estamos disponíveis a ajudar o país e dar o nosso contributo para debelar a crise, mas não desta forma. Tenho sérias dúvidas que as características atuais da Via do Infante permitam que seja classificada como autoestrada. Não é mais do que uma via rápida“, concluiu o autarca louletano.»
(Noticia: barlavento)
Pena que nenhum dos dois autarcas do PSD tenham conseguido convencer Pedro Passos Coelho de que a Via do Infante deveria ter um tratamento diferente quando o líder do PSD exigiu ao Governo que só daria o voto favorável do seu partido para colocar portagens nas SCUT do Norte se fossem, simultaneamente, colocadas portagens em todas as SCUT do país, Algarve incluído.
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