segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Algarve "atingido por sismo" para testar resposta das estruturas de comando à catástrofe

O Algarve “será atingido” esta segunda-feira por um sismo de grande magnitude que provocará um “elevado número de vítimas” e “avultados danos materiais e ambientais”, num simulacro que visa testar a capacidade de resposta à catástrofe.

O simulacro, promovido pela Comissão Distrital de Protecção Civil (CDPC) de Faro e classificado como Exercício de Posto de Comando, tem por objetivo “testar procedimentos e a operacionalidade do Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve (PEERST-Alg), que se encontra em fase final de elaboração”, explicou a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

O Comando Distrital de Operações de Socorro, Vaz Pinto, explicou à Lusa que, apesar de não haver deslocação de meios no terreno, o simulacro "servirá para testar os meios de direção, coordenação e comando, quer ao nível distrital quer municipal".

No simulacro, com início marcado para as 08:00, o Algarve vai ser atingido por “um sismo com epicentro 228,6 quilómetros a oeste-noroeste de Faro”, ao qual se seguirão “vibração de terrenos, tsunamis e liquefação de solos”.

“Estes eventos darão origem ao colapso de vários edifícios, pontes, viadutos, vias-férreas e rodoviárias, bem como cheias, incêndios e outros incidentes devastadores que, no seu conjunto, provocarão, além de um elevado número de vítimas, avultados danos materiais e ambientais”, precisou a ANPC.

A ver a resposta das estruturas de comando estarão observadores e avaliadores, que terão por base “apurar a eficácia e eficiência dos procedimentos previstos no âmbito do Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve.

Um sismo com a magnitude do registado no Haiti em janeiro passado, por exemplo, causaria uma inoperacionalidade de cerca de 50 por cento nas infraestruturas básicas algarvias, segundo o simulador utilizado na elaboração do Estudo de Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve.

“Neste cenário ficariam afetadas em cerca de 50 por cento unidades hospitalares, escolas, redes elétricas ou de abastecimento de água, entre outras", precisou Sousa Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e um dos peritos que participou na elaboração do estudo, durante a apresentação do mesmo.
(Noticia: Região Sul)

Sem comentários:

Enviar um comentário