O número total de ocorrências registadas pela GNR no Algarve diminuiu ligeiramente este ano. Mas Governadora Civil de Faro admite que há sectores em que há aumento e é preocupante.
A redução da criminalidade, em termos gerais, no Algarve rondou os três por cento no total dos crimes, face a 2009 mas esse facto, que a Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, qualifica como resultado de “um trabalho intenso das forças da autoridade para manter um clima de segurança”, não é suficiente para a deixar tranquila.
É que se é verdade que de acordo com dados da GNR que na região houve menos 3,20 por cento de crimes em 2010, em relação ao período idêntico de 2009, também é verdade que o Algarve registou este ano um aumento dos crimes contra o Estado, condução sobre o efeito de álcool e de tráfico de droga, a par da violência doméstica.
“Fundamentalmente aumentou a condução sob o efeito do álcool, mas isso pode ter duas leituras: pode significar que a GNR tem aumentado o número de operações ou que pode ter de facto havido mais gente a conduzir sob o efeito do álcool”, adianta Isilda Gomes ao Observatório do Algarve.
De acordo com dados da GNR cedidos à agência Lusa, a condução sob a influência do álcool teve aumentos na ordem dos 31 por cento. Em 2009, a GNR registou 1174 casos e em 2010 já conta com 1539 registos.
Em 2010 registaram-se também mais 52 por cento de crimes contra o Estado e mais 21,48 por cento no tráfico de droga.
Os dados referem-se ao período entre janeiro e outubro deste ano, comparados com o mesmo período do ano passado. Os números indicam que o Algarve tinha zero crimes contra a identidade cultural e integridade pessoal (relacionado com a descriminação racial ou religiosa) em 2009, mas que em 2010 registou dois.
O número de crimes contra o Estado, onde se incluem os crimes de desobediência e crimes contra a autoridade pública, aumentou 52,48 por cento. Em 2009, houve "213 casos registados" e este ano já foram contabilizados 325, esclareceu a GNR.
A região também registou um aumento dos crimes relacionados com o tráfico de estupefacientes e de conduções sem habilitação legal, cifrado em mais 21,48 por cento.
Enquanto que em 2009, a GNR identificou 1029 casos relacionados com tráfico de droga e condução sem habilitação legal, em 2010 os casos contabilizados foram 1250 até final de outubro.
Os crimes de furto em relação ao período homólogo de 2009, todavia, baixaram 10,15 por cento, ou seja, em 2009 houve 12.013 registos de furtos e danos materiais, mas em 2010, o valor baixou para 10.794 casos.
O número de ocorrências relacionadas com ofensas à integridade física e injúrias (crimes contra pessoas) também baixou (0.87 por cento). Em 2009, a GNR registou 2425 casos, enquanto que este ano, os casos eram de 2204 até ao fim de outubro.
Apesar disso, , a violência doméstica e os assaltos a moradias são ainda uma das principais preocupações da responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança Distrital.
“O Algarve é o distrito com mecanismos mais adequados ao combate da criminalidade, com o policiamento de proximidade e até com a georeferenciação das viaturas da GNR e PSP. É claro que gostaríamos de ter mais efectivos mas estes são os possíveis e há um trabalho digno dos profissionais, que é importante destacar”, afirma Isilda Gomes, que salienta que os dados da PSP seguem uma tendência “idêntica” aos da GNR.
(Noticia: Observatório do Algarve)
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