quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Regiões do Alentejo e Algarve são das mais afetadas pela quebra do investimento na Construção

«A quebra registada na procura de habitação ao longo deste ano tem sido particularmente desfavorável nas regiões do Alentejo e do Algarve, com quebras de 22% e 19%, respetivamente.

De acordo com os dados da última análise regional de conjuntura da AECOPS, no Algarve, até Agosto, apenas foram licenciados 1.373 novos fogos e esta foi, entre as diversas regiões de influência da AECOPS, aquela onde o desemprego na Construção mais disparou (+28% até Setembro, representando 25% do desemprego total da região).

De igual forma, foi também na região algarvia que o tecido empresarial mais se ressentiu, observando-se uma queda de 5,9% no número de entidades aí sediadas e detentoras de alvará de construção.

Ainda segundo o documento da AECOPS, a redução no licenciamento em termos globais do país, que já se prolonga pelo 11º ano consecutivo, conduziu às quebras que se têm observado a nível da produção do segmento residencial, as quais têm gerado graves efeitos negativos no desenvolvimento económico das diversas regiões do nosso país, nomeadamente no tecido empresarial e no mercado de trabalho.

69,4 mil desempregados da Construção

De acordo com os dados divulgados pelo IEFP, um dos maiores contributos para o desemprego total advém, precisamente, do setor da Construção, sendo que, dos 511 mil desempregados registados nos centros de emprego no final de Setembro, 13,6% eram oriundos da Construção.

Em termos absolutos, havia no final de Setembro, 69.400 desempregados da Construção inscritos nos centros de emprego do IEFP.

A acrescentar à acentuada quebra do licenciamento habitacional, também as adjudicações de obras públicas têm vindo a cair de forma muito significativa ao longo de 2010, o que, de forma conjunta, compromete o futuro das empresas e do emprego garantido pelo setor da Construção, refere a análise regional de conjuntura da AECOPS.

Até Outubro, o número de concursos públicos adjudicados ascendeu a 1.199, -41,7% do que o verificado no período homólogo, enquanto o montante total adjudicado rondou os 1,7 mil milhões de euros, valor que ficou 53% abaixo do registado durante igual período de 2009.

É na região do Alentejo que se regista a maior quebra do investimento público, com uma redução homóloga de 51% no valor dos concursos adjudicados durante os primeiros 10 meses do ano.

Face a este enquadramento tão desfavorável, a AECOPS espera que “o sinal positivo associado ao lançamento de novas obras públicas e refletido no crescimento homólogo de 61% verificado, ao nível do país, até final de Outubro, não venha a ser eliminado pelos cortes já anunciados no investimento público e constantes do conjunto de medidas de austeridade previsto para 2011”.»
(Noticia: barlavento)

A construção civil, a par do turismo, era um dos motores da economia regional. Podemos discutir a bondade deste sector e a sustentabilidade de um modelo de desenvolvimento assente na especulação imobiliária. Contudo, até encontramos um novo paradigma é urgente recolocar a construção civil a trabalhar sob pena de não conseguirmos reduzir a taxa de desemprego e reactivar a economia regional. 

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