O candidato à Presidência Manuel Alegre garantiu hoje que se for eleito vetará qualquer projeto que ameace o Estado social e ponha em causa o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a escola pública, a segurança social ou os direitos laborais.
Manuel Alegre diz estar em curso “um projeto estratégico da direita para a destruição do Estado social” e que pretende não colocar as eleições presidenciais na agenda para favorecer o “candidato que se recandidata”, Cavaco Silva, “que continua a fazer campanha como Presidente sem falar em campanha”.
“Comigo tem que haver dinheiro para o essencial. Comigo na Presidência [da República] ninguém toca no SNS, na escola pública, na segurança social e nos direitos laborais e dos trabalhadores. O candidato que se recandidata não diz o que fará se isso acontecer. Eu digo: veto e uso todos os poderes para os defender”, afirmou Alegre.
Num discurso proferido perante cerca de 300 apoiantes que se reuniram num jantar em Tavira, Manuel Alegre defendeu que “os direitos sociais são inseparáveis dos direitos políticos” e exemplificou dizendo que “quem não trabalha e não pode mandar os filhos para a escola, não tem a mesma liberdade de quem pode”.
O candidato apoiado por PS, BE e renovadores comunistas considerou que o Presidente da República “deve ser um homem independente” e “não pode estar ligado aos grandes interesses” económicos.
“Eu não tenho um diretor de campanha que foi de um grande grupo económico. Essa é a diferença fundamental”, afirmou.
Manuel Alegre disse que se candidata num momento de “crise e de um Orçamento que vai penalizar muitas pessoas, mas ao qual não havia alternativa”.
Porém, apelou a uma “mudança de paradigma”, em que se ataquem os problemas estruturais, “regressando ao mar, mas também aos campos, aumentando a competitividade não através da liberalização dos despedimentos mas através da inovação tecnológica”.
“Temos o exemplo do presidente Lula, do Brasil, que não era professor de finanças e não percebia nada de economia e aumentou as prestações sociais e a economia cresceu”, comparou.
Alegre deixou ainda uma palavra à juventude, que considera que deve ter “um lugar ao sol” e “não pode ter incerteza no futuro”, reconhecendo que esta tem hoje “uma guerra mais difícil” do que a que o candidato teve quando lutava contra a ditadura.
Manuel Alegre alertou ainda os seus apoiantes para não ligarem às sondagens, dizendo acreditar numa segunda volta.
“No dia 23 de janeiro, com o apoio de todos, creio que vamos ter a surpresa da segunda volta”, afirmou o candidato, lembrando que há cinco anos, sem apoios partidários, conseguiu superar todas as expetativas.
Notícia: Região Sul)
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