quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cortes orçamentais deixam Teatro Municipal de Faro nos mínimos

«O Teatro Municipal de Faro (TMF) está a trabalhar com a equipa nos mínimos e vai receber apenas 200 mil euros para programar espetáculos em 2011, menos 52 por cento do que 2005, ano da “Faro, Capital Nacional da Cultura”.

Em entrevista à Agência Lusa no âmbito do orçamento e programação do TMF para 2011, a administradora executiva daquela instituição cultural, Anabela Afonso, admitiu que o teatro está a trabalhar nos mínimos e adiantou que está previsto a Câmara de Faro dar um total de “700 mil euros” para o ano de 2011 e, dessa verba, uma fatia de “200 mil euros para programação”, um valor que admite ser baixo.

“Este teatro viveu um ano bem, mas quando a Capital Nacional da Cultura se vai embora - em 2005 - e quando começam os problemas financeiros do município, começa-se logo a cortar na equipa em cada ano que passava e, atualmente, está nos mínimos”, disse Anabela Afonso.

Segundo aquela responsável há apenas uma pessoa por área, sendo no total cerca de 20 funcionários.

“Uma pessoa para a produção, uma pessoa para a programação, uma pessoa na direção técnica, uma pessoa para marketing e comunicação, uma pessoa na bilheteira, uma pessoa na receção, uma pessoa no serviço educativo. Levamos o princípio da polivalência ao seu expoente máximo”, desabafa.

Sobre a quantia destinada à programação, Anabela Afonso admite que a verba é reduzida, principalmente se comparada com o ano de inauguração, em que receberam um milhão e 300 mil euros.

“Em termos de orçamento, vamos ter cerca de 200 mil euros, o que não é muito para uma estrutura como o Teatro Municipal, considerando que também está aí a verba para programar o Teatro Lethes”, adiantou Anabela Afonso.

O teatro vai, todavia, fazer um esforço para arrecadar outros financiamentos para além dos do município, seja com as receitas da bilheteira, seja alugando a sala para eventos ou através de mecenato, explicou a administradora executiva.

“Com esse esforço [bilheteira, aluguer e mecenato], prevemos em termos de orçamento global para 2011, e com os 700 mil euros totais do município, chegar à volta dos 900 mil euros”, afirmou, reiterando que o ideal para fazer programação de forma “mais confortável” era ter um milhão de euros.

Este ano, o TMF, inicialmente batizado de Teatro das Figuras, teve 310 mil euros de orçamento total, um valor menor, porque ao longo do ano “houve um esforço para transferir verba e cobrir prejuízos acumulados de anos anteriores”, explicou Anabela Afonso.

Do orçamento total de 2010, cerca de 400 mil euros serviram para cobrir alguns dos prejuízos acumulados.

A filosofia da programação do teatro é apostar “na qualidade, regularidade e diversificação”, garantindo a fidelização e formação de públicos, explica a empresa Teatro Municipal de Faro, E.M, no seu sítio da Internet.

Além de se debater por uma programação regular de qualidade, os objetivos desta empresa pública são também “desenvolver parcerias de trabalho com agentes culturais, associações e organismos sedeados na região” e “contribuir para a construção de uma Rede Nacional de Teatros”.»
(Noticia: Região Sul)

Engraçado. Quase que jurava que o Presidente do Conselho de Administração do Teatro Municipal de Faro era o homem do CDS/PP. Será que Francisco Paulino já não está no TMF ou estas entrevistas são demasiado técnicas..?
Resumindo, não há dinheiro para um Museu de Arte Contêmporanea nem para construir uma programação digna de um Teatro sede de Capital de Distrito.
Vamos esperar que ninguém se lembra de também vender o Teatro para fazer um hotel.

1 comentário:

  1. O problema deve ser meu mas, confesso, que não consigo entender as contas do Teatro.
    Afinal o orçamento total em 2010 foi de 310 mil euros? Então como é que pagaram 400 mil de coisas atrasadas?
    E em 2011 vai ser de 700 mil, mas só 200 é que é para a programação. Os restantes 500 mil euros são para pagar também coisas atrasadas ou é o custo com o pessoal?
    Pode ser que alguém saiba fazer contas melhor que eu e do que o Francisco Paulino.

    ResponderEliminar