Durante a madrugada junto aos Centros de Emprego. Situação ocorre desde o início do mês em toda a região. Responsável do Instituto de Emprego diz que é assim todos os anos, devido à sazonalidade.
Pouco passava da uma da madrugada quando Erica se dirigiu para a porta do Centro de Emprego de Portimão. Apesar de ser tão cedo, já só conseguiu ficar no 74º lugar da fila de desempregados, que foi crescendo ao longo da noite. "Ontem, o centro atendeu 120 pessoas e hoje deve atender outras tantas. Se não viermos a estas horas, não conseguimos ser atendidos no próprio dia", revelou ao CM.
A situação, que se repete desde o início do mês, é mais visível em Portimão, mas, admite o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), estende-se também aos restantes centros algarvios (Faro, Loulé, Lagos e Vila Real de Santo António). Contactado pelo CM, o presidente do conselho directivo do IEFP recorda que o Algarve, que em finais de Setembro tinha 21 668 desempregados, era a região onde a taxa de desemprego mais tinha subido nesse mês (22,3%). Os concelhos de Portimão, Loulé e Faro lideravam o ranking algarvio, com 3264, 3200 e 3150 desempregados, respectivamente.
Segundo Francisco Madelino, "a concentração às portas dos centros algarvios é apenas elevada nos primeiros dias do mês de Novembro, altura em que há uma subida do número de desempregados devido à sazonalidade do turismo". E, garante Francisco Madelino, este ano "é idêntico aos anteriores".
O mesmo responsável explica que as pessoas "querem inscrever--se logo após ficarem desempregadas porque julgam que se não o fizerem após terminarem os contratos recebem menos tempo de subsídio de desemprego". E sublinha que o caso de Portimão é apenas mais "visível" pelo facto de ter "mais inscritos" e de as "instalações [situadas no centro da cidade] não serem as ideais". Este problema leva o centro local a "trabalhar até às 20h00", assegura, referindo que está já adjudicada a construção de um novo.
Francisco Madelino frisa ainda que "o desemprego, em virtude da crise de finais de 2008, afectou adicionalmente cerca de quatro mil algarvios [além dos sazonais], devido à retracção do turismo".
DESEMPREGADO ALGARVIO TEM MAIS DE 35 ANOS
"É homem e, no Inverno, tem mais de 35 anos. Vem do turismo, da restauração e do comércio, maioritariamente. Uma parte menor vem de serviços, como os seguranças, ou então são trabalhadores desqualificados, nomeadamente da construção civil." É este o perfil médio do desempregado algarvio traçado ao CM pelo presidente do conselho directivo do IEFP. Francisco Madelino revelou estarem "envolvidas em medidas de emprego, no Algarve, mais de 9500 pessoas, das quais mais de metade em acções de formação".»
(Noticia: Correio da Manhã)
O desemprego, um dos mais graves problemas nacionais, atinge no Algarve contornos dramáticos. Esta noticia do Correio da Manhã só reafirma a necessidade urgente da região dispôr de um plano especifico para o combate ao desemprego.
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