sábado, 6 de novembro de 2010

Estúdios de Portimão podem estar mais perto

Um investimento de 150 milhões de euros, metade deles públicos, foi anunciado esta semana nos Estados Unidos. Destino: a cidade do cinema, em Portimão.

A criação de um fundo de investimento, que permita a criação de filmes dentro e à volta da cidade de Portimão, pode estar para breve. Esse é pelo menos o aviso da Venley Star Pictures, uma empresa norte-americana liderada por Carlos D. De Mattos, um português que emigrou aos 18 anos para os Estados Unidos da América e que singrou em Hollywood, tendo já arrecadado vários prémios da Academia.

Segundo fonte do gabinete da presidência da Câmara Municipal de Portimão, já existe um acordo firmado entre a autarquia, a Picture Portugal e a empresa CDMi, que detém a produtora Venley Star, para a rodagem de cinco filmes no valor de 75 milhões de euros.

Metade desta verba será investida pela produtora norte-americana, e o restante por outros investidores privados, no âmbito do projecto Picture Portugal, um fundo nacional em que Portimão está envolvido.

Portimão cede terreno de cinco hectares

Da parte da autarquia, por outro lado, existe o compromisso da cedência de um terreno de cinco hectares junto ao Pavilhão Portimão Arena e ao Mercado Grossista, bem como a total isenção de taxas municipais, adiantou a mesma fonte.

Uma vez que a conclusão da construção dos estúdios de cinema – para os quais a Câmara de Portimão está a tentar atrair outros grandes investidores americanos, como a Paramount, a CBS e a Fox – nunca estará concluída antes dos próximos três anos, para já o acordo estabelece que as rodagens, efectuadas em exteriores, terão de ocorrer em metade das cenas dentro da cidade ou à volta de Portimão, e numa fase subsequente o número de cenas filmadas em Portimão terá de rondar os 90 por cento, nas produções financiadas através do fundo agora anunciado.

O português ‘de Hollywood’

Carlos De Mattos, presidente da Venley StarPictures, foi co-fundador, ainda nos anos 70, de uma das maiores empresas fabricantes de equipamento para a indústria do cinema, televisão e fotografia. A empresa ficou famosa após ter criado, em 1983, a Tulip Crane, uma grua que permitia operar as câmaras, usada no filme “ET” de Steven Spielberg. Mais tarde, em 1986, Carlos inventou as câmaras de control remote usadas por Francis Ford Coppola no filme “Cotton Club”, posteriormente adoptada por quase todos os realizadores importantes.

Carlos De Mattos já recebeu dois Óscares e é amigo de Steven Spielberg, George Lucas e do clã Kennedy, embora tenha entrado com sucesso na indústria através da influência do mestre japonês Akira Kurosawa.

“Jurassic Park”, de Spielberg , “Exterminador”, “True Lies” e “Titanic”, de James Cameron, “Jackie Brown” de Quentin Tarantino ou “A Máscara de Zorro”, de Antonio Banderas, bem como “Forrest Gump”, com Tom Hanks, são alguns dos êxitos de bilheteira em que participou.

Em Junho de 1991, o cinematógrafo recebeu o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique, e mais recentemente em Junho de 2008, foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o prémio COTEC para Empreendedorismo e Inovação, bem como realizações humanitárias, em nome da Diáspora Portuguesa.

Agora que tem capital para colocar investimento no território português, e embora afastado há quase meio século da sua terra-natal, Carlos De Mattos diz sentir-se na “obrigação de ajudar”. O seu coração e família já estão quase todos na Califórnia, mas em Portugal quer ter mais do que “uma penthouse”, onde passa algum tempo.
(Noticia: Observatório do Algarve)

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