Uma mulher de 87 anos e o marido, de 82, foram barbaramente agredidos por assaltantes com um taco de basebol enquanto dormiam. Dois filhos foram socorrer e ficaram feridos.
Dois homens encapuzados e munidos de tacos de basebol, pouco antes das cinco horas, entraram- -lhe casa adentro, na Rua do Alportel, em Faro. Rita Eugénia, 87 anos, e o marido, Manuel Pereira, de 82, estavam no quarto, acordaram instantes antes de serem alvo de violentas agressões. Os dois foram espancados sem dó nem piedade e de nada serviram os gritos que ainda conseguiram lançar, a pedir ajuda. Os assaltantes levaram dinheiro do casal.
"Quando cheguei lá cima só vi a minha madrasta cheia de sangue", relatou Augusto Pereira, de 48 anos, filho de Manuel, no momento em que saía do Hospital de Faro depois de ter sido observado e obtido alta. O irmão, Augusto Pereira, de 52 anos, foi outra das vítimas quando tentou igualmente ajudar o pai e a madrasta. Os dois irmãos vivem numa casa do rés-do-chão com entrada comum para o primeiro andar onde reside o casal de idosos.
"Foi horrível o que aconteceu", desabafou Manuel Pereira que diz "não conseguir tirar da cabeça a imagem de Rita toda ensanguentada". Fonte policial explicou ao DN partes do cenário que foi possível apurar. "Eles amarraram os pulsos com fitas plásticas de apertar, e taparam a boca das vítimas com fita-cola, para não poderem gritar, ao mesmo tempo que os espancavam com os tacos de basebol. Tinham como objectivo ganhar tempo para procurar o dinheiro", disse a fonte policial.
Em declarações ao DN, enquanto mantinha um saco de gelo na cabeça para minimizar os efeitos da pancada, Augusto Pereira também falou das agressões que testemunhou. "O meu irmão ouviu o meu pai a gritar 'Carlos, estão aqui dois homens'. Assim que chegou ao cimo da escada, com tudo escuro, levou logo com um bastão na cabeça tendo de imediato caído no chão." Ainda de acordo com o homem, o irmão veio a rebolar pelas escada abaixo: "Não sei se desmaiou ou não. Eu vinha logo atrás, passei por ele e também me deram com um bastão, mas o que valeu foi conseguir desviar-me, senão tinham-me acertado aqui mesmo, no meio da cabeça."
Ainda no local, com o apoio de quatro ambulâncias, equipas médicas tentaram estabilizar as vítimas, mas a idosa acabou por ser transportada em estado de coma para o Hospital de Faro, os enteados e o marido com múltiplas feridas e escoriações. "Os ferimentos não aparentam ter sido provocados por armas brancas", disse Márcio Fernandes do gabinete de comunicação do hospital. Ao princípio da noite de ontem, a mulher ainda continuava na Sala de Directos do Serviço de Urgência, com várias fracturas e hemorragias internas. Manuel Pereira e o filho Carlos mantinham- -se internados no Serviço de Observação (SO) com múltiplos ferimentos e o outro filho teve alta ainda durante a manhã.
Duas equipas da PSP de Faro e uma da Polícia Judiciária estiveram no local e tentam agora identificar os autores do crime que, na altura da fuga, deixaram uma mochila com a fita-cola e a fita plástica que terão utilizado para amarrar os pulsos dos idosos e imobilizá-los, como se fossem algemas. As autoridades sabem que os suspeitos abandonaram o local num BMW escuro e não põem fora de hipótese que se tenha tratado de um ajuste de contas. "Já pensámos nisso, mas quem é que deseja tanto mal a um casal com quase 90 anos?", questionam-se.
Ainda as ambulâncias estavam no terreno e os moradores das casas mais próximas não percebiam o que acabara de acontecer com aquela família e o casal de idosos. "Não me apercebi de qualquer movimentação, nem ouvi barulho", disse ao DN um dos vizinhos, na janela de um primeiro andar.
(Noticia: Diário de Noticias)
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