As entrevistas efectuadas pela Agência Lusa aos presidentes das câmaras de Faro e Portimão, apesar de nos apresentarem apenas o discurso oficial da cidade (é pena que a agência de noticias do Estado não inclua neste trabalhos a visão das oposições), têm a bondade de nos mostrar dois caminhos distintos para fazer face ao mesmo momento de crise que as autarquias, a região e o País enfretam.
Em Faro o discurso da maioria de direita centra-se na redução da dimensão social da autarquia.
Reduziu-se o número de trabalhadores, diminuiu-se o número de funcionários nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, passou-se para a Fagar a manutenção dos espaços verdes e jardins, suspenderam-se os protocolos de apoio financeiro às Instituições Particulares de Solidariedade Social, diminuiram-se os apoios aos clubes desportivos e associações culturais e sociais, retendo-se ainda 50% das verbas, terminou-se com o projecto de apoio à renda (que visava apoiar familias carênciadas que neste momento de crise e desemprego ficaram sem condições de pagar a renda de casa), acabou-se com o programa Faro Solidário – que oferecia pequenas reparações (torneira que pinga, interruptor que não funciona) nas habitações das famílias mais pobres, na sua maioria idosos a viver sózinhos, etc...
Os cortes na despesa efectuados em 2010 na Câmara de Faro foram sobretudo na redução dos apoios sociais, no apoio às familías e às pessoas mais carenciadas. Para 2011 o cenário prometido é o de mais cortes na área social.
Já em Portimão, em idêntica situação de dificuldade financeira, a Câmara socialista promete não só manter como aumentar em 2011 a verba destinada às politícas sociais, na educação, no apoio à renda, à alimentação, aos medicamentos e espaços verdes, excluindo a hipótese de fazer cortes no pessoal.
Os cortes na despesa serão efectuados noutras áreas como os eventos, no entretenimento, nas áreas desportiva, de cultura e de lazer, assumindo Manuel da Luz que a área social é uma responsabilidade de que não pode abdicar.
É interessante ver que Faro, Capital do Algarve e Portimão, aquele que, em minha opinião, é o mais dinâmico concelho algarvio, têm opções políticas tão distintas que se materializam em respostas diferentes com efeitos sobre as pessoas e as suas comunidades muito díspares.
Diferênças que são também evidentes na solução preconizada por cada uma das Câmaras para fazer face às elevadas dívidas acumuladas.
Em Faro, a maioria de direita optou por apresentar um Plano de Reequilíbrio Financeiro, opção mais dura do ponto de vista da carga fiscal dos municípes e na venda imediata de património imobiliário municipal (20 milhões de euros nos próximos dois anos), enquanto que em Portimão, o Executivo socialista, preferiu apresentar um Plano de Saneamento Financeiro, assente num fundo imobiliário (que permitirá valorizar o património do Município vendendo-o mais tarde em condições de mercado mais favoráveis) e a construção de um fundo de investimento social.
Faro e Portimão. Direita e esquerda.
Afinal, soluções governativas e prioridades políticas muito distintas.
O problema em Faro é que o PS não fala para os seus eleitores. Diga-se, até, que nem sequer assume posições de acordo com os seus princípios políticos.
ResponderEliminarVeja-se que viabilizou o Reequilíbrio Financeiro proposto pelo Macário. Uma vergonha!
Os Farenses estão admirados? Porque não se informaram devidamente? Votaram no BigMac? Aí o tem! Com os Tavirenses a darem pulos de alegria, porque junto trouxe a escumalha da Câmara de Tavira, tipo Cachopeira e a amiga que conseguiu colocar como chefe de divisão, a outra que está à frente da cultura, mais uma que está na Fagar e mais uma que está na FOCON! Admirados? Há mais, muito mais, informem-se !!!! Depois é claro, não há dinheiro para apoios sociais!! Porque estas meninas ganham como dirigentes meus amigos...
ResponderEliminarPois, mas em Faro PSD e PS andam de braço dado.
ResponderEliminarÉ ver que Macário Correia e Luís Coelho tratam de tudo juntos e os outros seguem disciplinadamente.
O PS em Faro não age como um partido de esquerda.Ser de esquerda é ter preocupações sociais e agir em conformidade.É de esquerda quem deixa passar o reequilíbrio financeiro do Macário?No timing do Macário?Penalizando a sociedade farense,exausta com tantas despesas para suportar.O que prevaleceu na decisão do PS/Faro de viabilizar a engenharia financeira do Macário,é uma vitória do interesse de alguns,com assento na Assembleia Municipal e não só,em prejuízo do interesse colectivo dos farenses.Sabemos quem e quem é mandado.É o centrão dos negócios a mexer os cordelinhos,porque alguns deputados municipais,não têm vergonha na cara,nem coluna vertebral e só pensam nos seua próprios interesses.Adoram aquela "coisa" com que se compram os melões.C.C.
ResponderEliminarSerão estes argumentos e estas visões (direita v esquerda) da cidade que teremos Quarta-feira em confronto na Assembleia Municipal de Faro?
ResponderEliminarAcho que não.
Seria pedir demasiado aos nossos deputados municipais e às suas respectivas direcções partidarias.