segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Redução de pessoal e extinção de empresas municipais ajudam a cortar despesas na Câmara de Faro

«A redução da despesa interna da autarquia, de pessoal e a extinção ou fusão de empresas de empresas municipais são algumas das manobras para cortar nas despesas da Câmara de Faro, disse o presidente, Macário Correia.

Em entrevista à agência Lusa, o líder social democrata disse que a crise na autarquia já tinha começado “antes da crise geral” do país, mas admite que os cortes na transferência de verbas do Estado para 2011 está a obrigar a uma ainda maior ginástica financeira.

Segundo Macário Correia (PSD), eleito há um ano, a autarquia está já com dificuldades em pagar vencimentos aos funcionários e em pagar “a tempo e horas” aos fornecedores que “permitem que a casa se mantenha aberta”.

A Câmara de Faro vai receber sete milhões de euros de fundos do Estado - menos 700 mil do que aquilo que foi publicado em janeiro em Diário da República -, o que significa um corte de 10 por cento face a 2010, adiantou o autarca.

A esta redução acrescem quebras nas receitas provenientes do Imposto Municipal sobre as Transmissões (IMT), que o presidente estima que sejam de um milhão de euros, e das taxas urbanísticas, que deverão representar 500 mil euros.

Somando tudo, e de acordo com Macário Correia, a receita real da autarquia tenderá a baixar em 2011 “entre dois a três milhões de euros” e apesar das poupanças feitas num ano, “a diminuição da receita é ainda superior à diminuição da despesa”.

Com um passivo de cerca de 100 milhões de euros, o executivo prepara-se para apresentar na próxima sessão da Assembleia Municipal, a 3 de novembro, um plano de reequilíbrio financeiro que visa obter um empréstimo bancário de 48 milhões.

A redução da despesa interna já permitiu poupar, desde que Macário Correia assumiu a presidência, cerca de dois milhões de euros, refere o autarca, mas na calha estão outras medidas, como a fusão de três das quatro empresas municipais.


O processo, que ainda está no início, consiste na incorporação das empresas municipais que gerem o teatro e o mercado na Ambifaro, agência para o desenvolvimento económico, passando a haver apenas uma administração para as três.

Com esta medida espera-se poupar no imediato entre 20 a 30 mil euros, poupança que pode chegar aos 200 mil euros ao fim de dois ou três anos, sublinhou o autarca.

A redução do quadro de pessoal do Parque das Cidades e a extinção da empresa intermunicipal com o mesmo nome também permitiu à Câmara de Faro poupar este ano entre 80 a 100 mil euros, disse o autarca.

Por outro lado, a Câmara de Faro tem agora no total menos 200 funcionários do que tinha há um ano atrás, que, segundo o seu presidente, não eram “imprescindíveis”, já que “agora se faz tudo o que se fazia antes com menos pessoas”.»
(Noticia: Lusa / Observatório do Algarve)

Os números conhecidos da execução orçamental até meados de Outubro revelam que apesar de todos os cortes a dívida da Câmara de Faro subiu, passando de 27 para 31 milhões de euros, sendo que as despesas com pessoal tiveram no último ano um aumento de um milhão de euros.

Quer isto dizer que a actual maioria de direita não só se revelou incapaz de suster a tendência de aumento da despesa como aumentou o passivo do Município.

2 comentários:

  1. Pois, mas onde está o PS em Faro?
    Só o José Apolinário, que reassumiu o seu lugar de Vereador na reunião de câmara que decidiu sobre o reequilíbrio financeiro, apresentou uma declaração de voto dizendo que havia outra alternativa - o Saneamento Financeiro, o resto estáva e está tudo calado a fazer o que o Macário quer.

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  2. Pois é, expliquem-me como isto é possível! Menos 200 funcionários, cortes em tudo, mas tudo mesmo e a despesa aumentou? Então para que gastar dinheiro com a iluminação de Natal? Quantos funcionários serão despedidos para isso ser possível? De facto, as prioridades são outras mesmo...

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